São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998
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Ave, César!

JUCA KFOURI

Até os 11min, o Chile jogava como nunca.
Parecia até ter mais jogadores que o Brasil, tamanha a superioridade tática da equipe andina.
Pois aos 11min, o Chile começou a perder como sempre.
Falta cobrada por Dunga pela esquerda e ele, César Sampaio, de cabeça, tira o Brasil do sufoco inicial. O mesmo César Sampaio que havia feito o primeiro gol brasileiro na Copa do Mundo.
O Chile se assustou e diminuiu o ritmo, sem que o Brasil passasse a jogar melhor, errando muitos passes no ataque e mostrando intranquilidade na defesa.
Aos 21min, porém, Roberto Carlos, que continua a se apresentar para o jogo sem ser bem servido nenhuma vez, bate nova falta, a bola reboteou em Bebeto e sobra para ele, César Sampaio, definir precocemente um jogo que não mostrava uma superioridade tão flagrante dos brasileiros.
O mesmo César Sampaio, que todos queríamos ver substituído por Leonardo.
O pequeno Chile, enfim, sucumbia diante do Brasil como sucumbira a pequena Noruega diante da Itália - aí por um placar modesto, porque 3 a 0 foi o mínimo que os italianos mereceram em Marselha.
Mas, definitivamente, o Parc des Princes também não viu um primeiro tempo à altura dos reis do futebol, que ainda fizeram 3 a 0 num pênalti que Ronaldo converteu.
O segundo tempo, no entanto, prometia um futebol de gala, por mais que o primeiro tenha deixado mais uma vez muito claro que Rivaldo e Ronaldo não jogam no mesmo time.
Prometeu, mas não cumpriu, mesmo porque Bebeto não colaborou, apesar de Roberto Carlos ter feito sua melhor partida até aqui e Denílson entrado bem.
Agora é voltar para Nantes, onde, contra Marrocos, a seleção teve seu desempenho mais aceitável, para enfrentar Nigéria ou Dinamarca, o que saberemos ainda hoje à noite em Paris.
Qualquer um deles exigirá do Brasil bem mais que o Chile exigiu, embora, cá entre nós, bicho-papão de verdade só na semifinal.
E a falha do Taffarel?
Ora, faz parte do nosso show.
Melhor será sonhar com Denílson e Ronaldo desde o início.

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