São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998
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Criança x gripe

DEBORAH GIANNINI

A gripe, que não poupa criancinhas, está assustando mães, que acabam indo em busca da vacina. Mas vacinar realmente vale a pena?
A vacina não é necessária e está sendo recomendada pelos pediatras apenas para crianças com asma e doenças pulmonares crônicas.
Até os três anos, é normal a criança ter de seis a nove gripes por ano. De acordo com Gilberto Petty, professor-adjunto do setor de pneumologia infantil da Unifesp, a gripe mais frequente em crianças é causada pelo rinovírus (que tem mais de cem tipos) e não pelo influenza, o evitado pela vacina. "Acho mais importante evitar aglomerações para controlar a transmissão do que tomar a vacina". Mesmo sem os filhos terem asma, mas apresentarem sintomas muito fortes da gripe, como 39 graus de febre e indisposição, a juíza Alice Machado levou a filha de 9 anos para tomar a vacina. "Meu filho mais velho teve a gripe e eu tive dificuldade em lidar com ela, judia muito da criança. Como minha filha não teve, não quis correr o risco", diz.
A vacina, que custa de R$ 35 a R$ 45, não tem contra-indicações e não impede que a criança crie anticorpos sozinha. "Tanto faz se a defesa do corpo é criada naturalmente ou com vacina, a imunidade é a mesma. Acontece que a vacina contra a gripe é apenas contra o vírus influenza e que ainda sofre modificações constantes", diz a infectologista pediátrica Lily Weckx, da clínica Prevenir..
Segundo ela, a eficácia da vacina contra o influenza é de até 80%. Deve ser tomada anualmente, começa a fazer efeito de duas a quatro semanas e pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade.
"A melhor maneira ainda de criar defesa no organismo da criança é a ingestão do primeiro leite materno. Por meio desse leite, a mãe compartilha as defesas do seu corpo com o da criança", diz Wilson Maciel, professor-adjunto de pediatria da Unifesp.

Onde encontrar
Prevenir: r. dos Otonis, 756, Vila Clementino, tel. 573-6689. Cedipi: al. Jaú, 759, Jardim Paulista, tel. 288-4266. Imune: av. Indianópolis, 368, Planalto Paulista, tel. 549-6752. Clivacin: av. Brasil, 49, Jardim Europa, tel. 887-6292.

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