São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
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PMDB fica na direção da campanha de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB governista vai continuar participando do comando da campanha da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, embora o partido não tenha formalizado o apoio a nenhum candidato na convenção realizada anteontem.
"O Jader (senador Jader Barbalho) continuará participando do conselho como representante de uma dissidência (do PMDB)", afirmou o coordenador político da campanha, Euclides Scalco.
Scalco disse ontem que o fato de o PMDB não ter oficializado o apoio a FHC trará prejuízos à campanha. "O prejuízo será psicológico e visual: não poderemos usar o nome do PMDB no material de propaganda", afirmou.
O prejuízo, porém, não será eleitoral, segundo Scalco. Pela interpretação do coordenador, mesmo que decidisse participar da aliança, o PMDB não estaria unido na campanha. "Eleitoralmente não haverá prejuízo porque uma ala naturalmente não apoiaria Fernando Henrique", afirmou.
O comando da campanha entende que FHC vai continuar tendo o apoio da corrente governista do PMDB. O coordenador político da campanha disse, no entanto, que era importante o apoio formal.
"Como não houve uma decisão nacional, o PMDB de cada Estado está autorizado a apoiar quem quiser", afirmou.
"O PMDB está livre, não podemos cobrar fidelidade partidária. O partido ficou à deriva."
Scalco disse que o fato de o PMDB não ter declarado apoio formal a FHC não influenciará na definição dos palanques regionais do presidente-candidato.
Ou seja, os candidatos a governador dos partidos aliados (PSDB, PFL e PPB) não terão prioridade sobre os peemedebistas.
Para o senador José Fogaça (PMDB-RS), o destino do partido em um eventual segundo governo de Fernando Henrique Cardoso será determinado pela quantidade de deputados federais, senadores e governadores governistas que o partido conseguir eleger.
Se o número for considerável, o fato de o partido não ter apoiado formalmente FHC poderá ter seu peso aliviado na hora de fazer o loteamento dos cargos.
Segundo Fogaça, a convenção de domingo foi "o momento mais dramático, mais lamentável da história do partido".
Ele prevê que, após as eleições, o partido passará por uma "guerra civil interna", que poderá durar anos e levar à extinção do PMDB, se não surgir um líder capaz de reunificar o partido.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu a permanência dos ministros da Justiça, Renan Calheiros (PMDB-AL), e dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), no governo.

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