São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
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Desconfiança de investidor leva Bolsa russa a cair 6%

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Bolsa russa voltou a fechar ontem com forte queda de 6%, devido à desconfiança dos investidores na economia do país e na habilidade do governo para honrar dívidas de US$ 30 bilhões que vencem até o final do ano.
O rublo, a moeda local, foi negociado ontem a 6,22 por dólar, no limite máximo de queda permitido pelo banco central. Os juros dos títulos russos alcançaram ontem os 80% pela segunda vez este mês, dificultando as chances de o governo conseguir recursos para honrar compromissos e evitar a desvalorização da moeda.
Na última sexta-feira, o banco central elevou de 60% para 80% sua taxa de refinanciamento -utilizada como referência em sua economia-, e a Bolsa local caiu 5%.
A mesma taxa havia sido reduzida de 150% para 60% no dia 4 deste mês devido à expectativa então favorável do governo de que um socorro financeiro internacional chegaria rapidamente e contribuiria para acalmar o mercado.
A Rússia deve receber esta semana US$ 670 milhões do pacote de US$ 9,2 bilhões definido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em 1996. O envio da ajuda, que havia sido suspenso no começo do ano devido ao não-cumprimento de medidas fiscais, foi aprovado na semana passada.
O mercado, no entanto, espera por um socorro de ao menos US$ 15 bilhões solicitado ao FMI, que só quer liberar os recursos após avaliar os resultados do pacote anticrise anunciado pelo primeiro-ministro russo, Serguei Kirienko.
Ontem, Anatoli Chubais, negociador financeiro da Rússia, disse mais uma vez que espera que o socorro seja liberado em um prazo máximo de um mês.
Analistas duvidam, no entanto, que a ajuda possa chegar tão rápido quanto afirmam autoridades russas. O pacote anticrise ainda precisa ser apreciado pelo Parlamento, e há dúvidas sobre sua rápida aprovação.
Ontem, em uma tentativa de acalmar o mercado, o diretor-adjunto do FMI, Stanley Fischer, disse que o fundo e o governo russo estavam trabalhando juntos por um acordo.
"Estamos trabalhando junto à Rússia e já deixamos claro que queremos ajudar", afirmou. Em troca, disse Fischer, o FMI quer que a Rússia realize um profundo ajuste fiscal e adote as reformas estruturais prometidas.

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