São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresas anunciam corte de empregos

ALESSANDRA BLANCO
DE NOVA YORK

e das agências internacionais
Duas grandes empresas norte-americanas, a Rockwell International Corp., de comunicação e eletrônicos, e a Compaq Computer Corp., fabricante de computadores, anunciaram ontem que vão cortar empregos para iniciar uma reestruturação.
A Rockwell vai cortar 3.800 de seus 48 mil empregados e separar sua unidade de semicondutores. Segundo seu presidente, Don Davis, a empresa vai gastar US$ 625 milhões com as medidas, mas deve economizar US$ 100 milhões em taxas em 1999 e US$ 200 milhões em 2001.
A Compaq anunciou que vai começar a demitir 5.000 trabalhadores, como parte de um plano de cortar 17 mil postos de trabalho. A empresa tem 31.500 funcionários. Serão atingidas fábricas no Brasil, Japão, Austrália, Canadá, Escócia, Taiwan, China, Cingapura e em Houston (EUA).
A fábrica de produtos digitais em São Paulo será fechada, e suas operações, levadas para a fábrica de Jaguariúna (120 km de São Paulo). O centro de distribuição de Jaguariúna também será fechado.
Em uma nota oficial, a Compaq informou que seu objetivo é poder entregar 95% de todos os produtos Compaq em qualquer lugar no mundo em cinco dias ou menos.
Os anúncios foram bem recebidos ontem no mercado em Nova York. A Bolsa de Valores subiu após o anúncio da Rockwell, e o índice Dow Jones, que reúne as 30 ações mais negociadas, fechou a 8.997,36, com alta de 52,82 pontos. As ações da Rockwell subiram 9/16 para 49.
Segundo o vice-presidente de serviços de investidores da Moody's, Tassos Philippakos, a reestruturação da Rockswell é vista de forma positiva. "A decisão de separar sua unidade de semicondutores, que era muito volátil, vai dar à empresa uma performance futura mais estável."
Philippakos afirmou ainda que o número de empregos a ser cortados é considerado praticamente insignificante nos EUA. De acordo com ele, os altos índices de crescimento acabam por absorver os trabalhadores dispensados em reestruturação de empresas.

SKF
O grupo sueco SKF, maior fabricante de rolamentos do mundo, anunciou ontem que vai demitir 4.000 funcionários de suas unidades nos Estados Unidos e em países da Europa como parte de um plano de ajuste elaborado em virtude da crise asiática.
"O programa exigirá o fechamento de algumas fábricas para permitir a reestruturação de atividades com rentabilidade insatisfatória", disse o presidente-executivo do empresa, Peter Augustsson.
O corte é um dos maiores ajustes anunciados por uma empresa industrial sueca na última década. O objetivo do programa de reestruturação é melhorar o resultado do grupo em cerca de US$ 192 milhões a partir do ano 2000.
Em 1997, a SKF teve faturamento de US$ 4,7 bilhões e empregava 43 mil funcionários em 130 países.

Texto Anterior: EUA vê Japão pior desde início de crise
Próximo Texto: Após cair 4,76%, Bolsa de SP sobe 1,47%
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.