São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
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Após cair 4,76%, Bolsa de SP sobe 1,47%

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro brasileiro viveu ontem um dia de otimismo moderado, que veio da Ásia. A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,47%. O Banco Central interveio duas vezes e tomou dinheiro por um dia com juros de 20,70% ao ano, o patamar no qual estava a taxa básica antes da crise asiática.
A principal notícia positiva do dia veio do Japão. O Tankan, indicador de expectativas dos empresários com relação à economia, mostrou grau de otimismo maior do que o esperado. O iene se valorizou e as Bolsas asiáticas subiram.
Apesar da queda de 6% na Bolsa da Rússia, os títulos da dívida externa brasileira renegociada se recuperaram nos mercados de Londres e Nova York. Os C-bonds chegaram a ter suas cotações batendo em 73,17% do valor de face, para fechar nos 72,75%. Na sexta-feira, haviam fechado a 72,25%.
Os investidores da Bolsa de Valores de São Paulo foram à caça de barganhas após queda de 4,76% em três pregões consecutivos. A alta em Nova York, de 0,59%, também contribuiu para a recuperação. O volume negociado, de R$ 509,98 milhões, continuou fraco.
Eletrobrás puxou a alta, com as ações ON (com direito a voto) subindo 5,39%, a maior alta entre as cinco mais negociadas ontem. Telesp PN (sem direito a voto) também se destacou, com alta de 1,47%. Como a Assembléia Legislativa de São Paulo não votou a permissão para a privatização da Comgás, os papéis da empresa continuaram a cair. Ontem, caíram 2,5%. Os da Cesp, sua controladora, perderam 3% do valor.
As declarações de Maria do Socorro, do BC, de que o ritmo de desvalorização do real seria mantido, impactaram no mercado futuro, que especulava com a possibilidade de desvalorização bem menor. No fechamento, as projeções apontavam desvalorização do real de 0,97% ao mês, contra 1% no fechamento de sexta-feira.
O BC aproveitou a liquidez do mercado e puxou as taxas de juros mais para baixo, tomando dinheiro por um dia a 20,70% ao ano, contra 20,75% na sexta-feira.
Hoje, o Tesouro Nacional colocará títulos pós-fixados no mercado: R$ 3 bilhões de Letras Financeiras do Tesouro, com prazo de 210 dias; R$ 3 bilhões de LFTs com prazo de 238 dias; e R$ 500 milhões de títulos de correção cambial de sessenta meses.

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