São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 1998
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Gols nos acréscimos põe Holanda nas quartas

MARIA CRISTINA FRIAS
ENVIADA ESPECIAL A TOULOUSE

Em jogo marcado pela tensão e pela rispidez das jogadas, Davids evita prorrogação com gol aos 47min e tira Iugoslávia

Um jogo tenso, muito disputado entre a Holanda e a Iugoslávia, com domínio do time holandês, acabou classificando os "laranjas" às quartas-de-final.
A Holanda enfrenta agora a Inglaterra ou a Argentina, no próximo sábado, em Marselha, dependendo do resultado do jogo de hoje, que acontece em Saint-Étienne.
Depois de várias tentativas do lado holandês para desempatar o jogo, foi um chute de Edgar Davids, aos 47min do segundo tempo, que garantiu a vitória do time.
Movimentada, a partida exigiu muito preparo físico dos jogadores e foi marcada pela rispidez das jogadas, de ambos os lados.
Apesar disso, o árbitro espanhol José Manuel García Aranda, 42, o mesmo que apitou o jogo entre Brasil e Escócia, deu apenas três cartões amarelos, para os jogadores Dragan Stojkovic, Zoran Mirkovic e Goran Djorovic, todos iugoslavos.
Marcou também um pênalti em favor da Iugoslávia.
Aos 6min do segundo tempo, o holandês Jaap Stam puxou a camisa do iugoslavo Vladimir Jugovic, que não chegou a cair.
O lance lembrou o episódio com Júnior Baiano, que resultou em pênalti contra o Brasil, no jogo contra a Noruega.
O atacante Pedrag Mijatovic desperdiçou a maior chance que a Iugoslávia teve no segundo tempo.
Ele chutou forte, mas alto, e a bola bateu na parte superior da trave adversária.
Desde a Copa de 90, quando quatro cobranças foram desperdiçadas, um pênalti não era perdido durante o tempo normal de jogo.
No início do jogo, nos primeiros quinze minutos, os dois times pareciam equilibrados. Mas logo a Holanda assumiu um ataque mais rápido, armou jogadas mais criativas e muito mais ofensivas que a equipe rival.
Isso forçou uma atitude mais defensiva dos iugoslavos, que limitaram-se apenas aos contra-ataques.
"Nossa estratégia era mesmo acalmar o jogo no primeiro tempo", confirmou, depois da derrota, o técnico da Iugoslávia, Slobodan Santrac.
Forçando o ataque, a Holanda foi a primeira a marcar.
Os holandeses resistiam aos carrinhos, empurrões e a todas as tentativas de defesa iugoslava.
Mas, depois de três bons tiros, entre eles uma belo chute de Phillip Cocu, Dennis Bergkamp, aos 38min do primeiro tempo, conseguiu abrir o placar.
O camisa oito da seleção holandesa livrou-se de Zoran Mirkovic, que tentava contê-lo, e deu um chute certeiro.
Com o gol, o atacante do Arsenal (Inglaterra) igualou o recorde de Wilkes como maior artilheiro da história da seleção holandesa.
Ambos marcaram 35 gols vestindo a camisa da equipe.
A Iugoslávia teve, logo a seguir, sua grande oportunidade, ainda no primeiro tempo. Foi num chute de Sinisa Mihajlovic, depois de uma cobrança de falta, que não resultou em gol.
No segundo tempo, as equipes voltaram com a perspectiva de prorrogação e decisão em pênaltis, já que a Iugoslávia mostrava-se, de início, mais ativa.
E os iugoslavos chegaram ao empate aos 4min, a partir de uma falta cobrada da esquerda. Slobodan Komljenovic escorou de cabeça o cruzamento para empatar.
O técnico da Iugoslávia ainda tentou trocar Dragan Stojkovic, que deixa o campo berrando orientações para os companheiros. Entrou Dejan Savicevic.
Uma falta sobre Sinisa Mihajlovic o tirou de campo, e o técnico colocou Saveljic em seu lugar.
O desempate veio quase no final do jogo. Aos 47min, o meia holandês Edgar Davids recebeu a bola de Marc Overmars e, num belo chute de fora da área, despachou os iugoslavos para casa.

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