São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Secretário da ONU nega visita eleitoral

ALESSANDRA BLANCO
DE NOVA YORK

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, que chega hoje ao Brasil, afirmou ontem em Nova York que sua visita não deve ser encarada como um gesto de apoio político ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Não vou me envolver em política interna. As eleições são daqui a alguns meses, obviamente vou ver o presidente e alguns governadores, mas estou aberto a encontrar líderes da oposição. Estou aberto a qualquer pedido", disse.
Annan negou que sua viagem ao Brasil em período eleitoral possa insinuar um apoio ao presidente, principalmente depois de FHC ter anunciado na semana passada que obteve em primeira mão o Relatório do Desenvolvimento Humano da ONU referente a 1995, que demonstraria uma melhora na posição do Brasil no ranking de desenvolvimento humano após um ano de governo FHC.
Agenda
O Brasil está entre os cinco países escolhidos por Kofi Annan para a sua segunda viagem à América Latina.
O secretário chega hoje ao Rio, onde não tem compromissos oficiais. Amanhã vai a Salvador, na segunda estará em Brasília e na terça em São Paulo.
Annan deve discutir no Brasil economia, Mercosul e a participação da iniciativa privada na área social. Ele não deve tocar na discussão sobre o interesse do Brasil em representar a América Latina como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Questionado sobre se tem preferência por algum país da América Latina para ser membro permanente do Conselho de Segurança, Annan brincou: "Se estivéssemos falando de futebol, eu poderia ter uma idéia, mas o Conselho de Segurança é um outro assunto".
"O secretário-geral conversa com os membros, encoraja a reforma do conselho, mas eu não tenho preferência ou candidato. Quanto ao futebol, não tenho assistido, mas li um artigo em "The Economist" que falava sobre os países permanentes no futebol, quase como os membros permanentes do Conselho de Segurança. Dizia que há países que são permanentes nas finais de futebol e acho que o Brasil é um deles."
O secretário-geral terá encontros com o presidente FHC, na segunda-feira, e visitará o Congresso e o Itamaraty. Em São Paulo, vai se reunir com empresários e com o governador Mário Covas. Na terça, embarca para o Uruguai.

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