São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Professores encerram greve sob protesto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A greve dos professores universitários, que termina amanhã, não foi vitoriosa, segundo a avaliação dos líderes do movimento.
"Tivemos um pequeno avanço salarial, mas a pauta mínima de reivindicações não foi atendida", afirmou o professor Luiz Carlos Lucas, do comando de greve.
Ele considera que não foram resolvidos pontos básicos como a reposição de aproximadamente 6.000 vagas em aberto de professores nas universidades.
O comando também critica a falta de discussão sobre o projeto de autonomia universitária e a não-concessão de reajuste salarial. A greve começou em 31 de março. Os professores reivindicavam na época reajuste de 48,65%.
Além disso, eles rejeitam o projeto do governo aprovado pelo Congresso Nacional concedendo reajustes, na forma de gratificação, de 11% a 48% para professores na ativa e aposentados (estes vão receber 60% do valor concedido aos da ativa).
O comando não concorda que a gratificação seja vinculada a uma avaliação de produtividade (como prevê o projeto aprovado pelo Congresso) e reivindica a inclusão dos professores de 1º e 2º graus de escolas vinculadas às universidades nas gratificações.
Mesmo rejeitando o projeto, o comando reconhece que a aprovação do texto, aliado ao longo tempo de paralisação, contribuíram para o término do movimento.
Em nota distribuída ontem, o comando afirma que "a greve precisou ser encerrada", mas a conclusão ocorre "sob protesto".
Luiz Carlos Lucas disse que a realização de uma nova greve da categoria, antes das eleições de outubro, é uma alternativa, mas só poderá ser decidida pelas assembléias nas universidades.
Volta às aulas
Em outras seis instituições, as aulas já recomeçaram.
A maior parte das universidades ainda está discutindo a reposição das aulas e a elaboração de um novo calendário escolar. São 52 instituições federais de ensino superior em todo o país.
Apenas os professores do Cefet-PR (Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, em Curitiba) haviam decidido pela continuidade da greve até o final da tarde de ontem. Eles farão nova assembléia na segunda-feira para reavaliar o movimento.

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