São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998
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Bloomberg dá o caminho do empreendedor

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1981 Michael Bloomberg apostou no desenvolvimento de um equipamento e de programas que permitissem o cruzamento de dados para o mercado financeiro. A aposta deu tão certo que hoje nove entre dez operadores internacionais consultam diariamente um terminal Bloomberg para fazer negócios, segundo a empresa.
A empresa ganhou outras áreas da comunicação -a Bloomberg produz, por exemplo, noticiário para rádio e tem um canal em rede de televisão paga, que já transmite programação em português- e o conteúdo deixou de ser puramente financeiro.
Hoje a Bloomberg é uma agência de notícias, especializada em noticiário econômico e prestação de serviços para a área financeira. É recebida em mais de cem países, com escritórios em 70 deles.
Michael Bloomberg não começou do zero. Investiu boa parte dos US$ 10 milhões que recebeu como prêmio ao ser demitido da Salomon Brothers, em 81. Tinha 39 anos e aquele havia sido o único emprego da sua vida.
Ele gosta de ressaltar sua origem humilde, que reforça a imagem de homem que venceu por seus próprios méritos. E o mérito do empreendedor é ter criado um negócio novo e rentável.
A Bloomberg fatura US$ 1,2 bilhão ao ano. Em 96, foi a empresa que mais cresceu em seu setor -29%.
Acostumado a farejar bons negócios, Michael Bloomberg resolveu contar sua história em uma autobiografia de 260 páginas. A versão original saiu no mercado norte-americano no ano passado e chegou a ficar entre os títulos mais vendidos do gênero não-ficção.
Na semana passada, o livro foi lançado em português, e Bloomberg esteve em São Paulo para uma noite de autógrafos.
O livro de Bloomberg não foge dos chavões -como a surrada fórmula seriedade mais trabalho duro é igual a sucesso. Mas, de leitura fácil, mostra como raciocina um verdadeiro empreendedor. E, por isso, dá o seu recado.
O empresário afirma que escreveu o livro, com a ajuda do jornalista Matthew Winkler -responsável pela área de jornalismo da Bloomberg-, porque tem algo a dizer. E, como bom comerciante, admite que o marketing do nome faz bem para os seus negócios.
"Não vamos nos esquecer da razão para exibir nosso logotipo nas livrarias de todo o mundo. O reconhecimento do nome melhora o acesso de nossos vendedores", afirma no posfácio do livro.
Bloomberg é um personagem polêmico. Acessível, sem deixar de ser arrogante, costuma atender quem lhe procura. Montou uma empresa sem hierarquia nem salas privativas.

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