São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
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A realidade é dura; Fim de um ciclo; Nem tudo é pesadelo; Modéstia forçada; Dá-se um jeito; Exemplo seguido; Guerra na cozinha; Saindo fora; Saiu atrás; Não quer correr riscos; Medo dos respingos; Acerto eleitoral; Trindade de papel; Fazendo barulho

A realidade é dura
A pesquisa Datafolha de ontem (FHC com 40% e Lula, 28%) caiu como uma bomba na cúpula petista. Havia esperança de que o levantamento não trouxesse a hipótese de o presidente vencer no 1º turno. Os adversários do tucano somaram 42%. O 2º turno está na margem de erro.

Fim de um ciclo
Um cacique petista dá a eleição como perdida. Acha que é a última que Lula disputa como candidato a presidente. A não ser que se apresente com um perfil diferente do sintetizado pela união com Brizola. Ou o PT se renova ou vira um PC do B.

Nem tudo é pesadelo
O PT, que tem 50 deputados federais, avalia que ficará com 70 ou 80 vagas na Câmara em outubro. O bloco de esquerda (excluído o PPS), hoje com cerca de 90, pode chegar a 120 ou 130. Com os dissidentes contumazes das siglas governistas, a oposição pode pular dos 120 para 150.

Modéstia forçada
Orientação no comitê reeleitoral após a pesquisa Datafolha de ontem: administrar a recuperação de FHC "com cautela, sem muito ufanismo". Seus marketeiros acham que ele já levou, mas se esforçam para não parecerem arrogantes.

Dá-se um jeito
Pedra no caminho de uma esperada guinada parlamentarista de FHC no segundo mandato: PFL e PPB têm um protocolo de intenções pelo qual os dois partidos se comprometem a estudar sua fusão a partir de janeiro. Ambos são presidencialistas.

Exemplo seguido
A pedido de 20 ex-presos políticos, o deputado estadual Elói Pietá (PT-SP) apresentará projeto que institui indenização para torturados que tiveram sequelas físicas ou psicológicas. Há projeto semelhante no RJ, e lei em vigor no RS, no PR e em SC.

Guerra na cozinha
Com dez partidos em seu palanque, o governador José Maranhão (PMDB-PB) tem tido muita dor de cabeça. Com a briga por espaço entre os candidatos a senador da aliança: Tarcísio Burity (PPB), Ney Suassuna (PMDB) e Raimundo Lira (PFL).

Saindo fora
FHC diz a interlocutores que não acredita em transferência de votos para candidatos em baixa nas pesquisas. E exemplifica: em 94, Iris Rezende, mulher de Iris Rezende (GO), era candidata a vice com Quércia. E foi ele quem ganhou a eleição em Goiás.

Saiu atrás
O comando da campanha de FHC avalia que ela foi pega desprevenida pela divulgação de pontos, ainda que genéricos, do programa de Lula. Como a meta é ganhar no 1º turno, mesmo com a recuperação nas pesquisas, não há margem para erros.

Não quer correr riscos
Uma ala do comando da campanha de FHC defende que Paulo Renato centralize o debate sobre programa de governo com a oposição. Além da experiência de ter feito o de 94, tem mais peso político do que o coordenador do atual, Carlos Pacheco.

Medo dos respingos
Os candidatos do PPB paulista à Câmara querem usar o slogan "Sempre com Maluf". Para se diferenciar e insinuar oportunismo dos pefelistas, com quem estão coligados. A cúpula pepebista tenta apagar o incêndio.

Acerto eleitoral
Itamar (PMDB) e o PT mineiro têm mesmo um acordo para o 2º turno. Quem passar pelo filtro do eleitorado, em outubro, recebe o apoio do outro depois.

Trindade de papel
A campanha de Itamar em Minas terá três comandantes: um do PMDB, um do candidato e outro de Newton Cardoso. Mas quem apita mesmo é Newtão.

Fazendo barulho
Antonio Cabrera distribuiu a prefeitos, vereadores e lideranças do PFL paulista 5 mil fitas com Maluf dizendo que ele era o seu candidato ao Senado. Na hora H, uma manobra malufo-pefelista emplacou Oscar Schmidt.

TIROTEIO
Do deputado estadual Paulo Teixeira (PT-SP), sobre as críticas do vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, ao consenso de Washington, que teria levado países latino-americanos a superestimar estabilidade monetária, desregulamentação e abertura econômica:
- É uma carapuça sob medida para FHC e Covas, que apesar da grife social-democrata levam um puxão de orelha liberal por não olhar a Saúde e a Educação

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