São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
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Obstetra se sente humilhado em UTI

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

A sensação do ginecologista Waldir Mesquita, 51, ao acordar na UTI, depois do infarto, foi de humilhação.
"Quando acordei, estava desnudo, com um lençol por cima. Você se sente humilhado. É um ambiente onde você se sente completamente só."
O médico, que é também presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), diz que a principal causa do seu infarto, há quatro anos, foi o estresse.
"O obstetra se submete a um estresse muito grande a cada parto. Precisamos não só fazer nascer alguém com vida, mas também com saúde perfeita."
Mesquita conta que trabalhava de 18 a 20 horas por dia em pelo menos 15 dias do mês, mas o infarto aconteceu enquanto ele corria com amigos.
O atendimento rápido fez com que não tivesse sequelas. Hoje, ele corre 10 quilômetros por dia seis vezes por semana, e faz exames regulares.
Mas Mesquita ainda precisa acabar com uma "infração" cometida também por 66% dos médicos entrevistados para a pesquisa feita no Incor.
Ele voltou a fumar depois de dois anos de abstinência. "Logo depois que você sofre o infarto, é fácil parar. Mas, conforme esquece o trauma, acaba voltando", diz.
(MGs)

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