São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Médico é o mais difícil de tratar"
MALU GASPAR
Os médicos entrevistados pelo estudo demonstraram preocupar-se bem menos que os outros profissionais em ser bons pacientes. Enquanto 62,5% dos advogados e 43,1% dos engenheiros disseram estar muito preocupados, 26,4% dos médicos fizeram a afirmação, e 41,5% deles disseram se importar pouco com isso. A relação entre o médico e o paciente-médico é um dos pontos mais importantes da pesquisa. "A inversão de papéis é terrível", diz Vajn Garden. Para Alexandrina, nesse momento, o médico (acostumado a controlar a situação) perde o seu poder. "Fica difícil agir como paciente normal". Uma das provas disso é o alto índice de automedicação apontado pela pesquisa. Outro dado que mostra a fragilidade dessa relação é a desconfiança do médico em relação ao tratamento prescrito. Eles foram os que menos afirmaram confiar muito na prescrição do médico. "Não é raro ver um paciente-médico mudar a prescrição que recebeu," diz o cardiologista Bernardino Tranchesi. Apesar disso, os médicos consideram "uma honra" ser procurado por um colega. "Eu me desdobro mais quando atendo um médico, pois sei que se ele me escolheu é porque me considera bom profissional", diz Vajn Garden. Uma das sugestões da pesquisa é que o médico seja mais consciente das dificuldades que enfrenta um colega enfermo. (MGs) Texto Anterior: Obstetra se sente humilhado em UTI Próximo Texto: RS pode pedir laudo de qualidade de remédio Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |