São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998 |
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Qualidade do ensino preocupa os alunos
MARTA AVANCINI
"Os professores são bons e a escola é organizada, mas acho que a volta vai ser uma bagunça", diz Tatiana Saviato Macedo, 19, aluna do primeiro ano de engenharia elétrica da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). "Preocupa, dá medo de não conseguir acompanhar a matéria, que já não é fácil normalmente, e de repetir", diz Tatiana. A preocupação de Tatiana se baseia em uma prática comum quando há reposição de aulas depois de greves. "Existe uma tendência de enxugar o calendário e incentivar os alunos a fazerem trabalhos em grupo. Isso pode ser ruim e prejudicar a qualidade", diz Wadson Nathaniel Ribeiro, diretor de universidades públicas da UNE (União Nacional dos Estudantes). Para a estudante Adriana de Oliveira, que está no último ano de engenharia de alimentos na Universidade Federal de Viçosa (MG), superar o desânimo é o maior problema. "É desestimulante porque as aulas pararam na época em que começariam as provas. Nem lembro mais do que estudei. A gente fica sem pique", diz Adriana. Os eventuais problemas da reposição tendem a ser amenizados porque a maioria das instituições aprovou a reposição integral dos dias parados. Além disso, a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) fixa um calendário de 200 dias letivos, que têm de ser cumpridos obrigatoriamente. "É claro que existe uma quebra, mas em duas semanas dá para recuperar o pique. O maior problema vai ser no final do ano porque muitas instituições não oferecem condições adequadas de trabalho no verão. O desafio vai ser manter o interesse do aluno em janeiro", diz Roberto Beling, professor de ciência política da Universidade Federal do Espírito Santo. (MAv) Texto Anterior: Coração sadio resiste melhor a aumento da pressão arterial Próximo Texto: Rio reinicia aulas e enfrenta nova crise Índice |
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