São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998 |
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Rio reinicia aulas e enfrenta nova crise
FREE-LANCE PARA A FOLHA A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) inicia nesta semana a reposição das aulas perdidas durante a greve (de 96 dias) do ensino público superior em meio a uma crise que pode deflagrar nova paralisação.O calendário de reposição, que seria aprovado pelo CEG (Centro de Ensino de Graduação) na última quarta-feira, teve a aprovação adiada devido à nomeação, naquele dia, do reitor José Henrique Vilhena pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza. A nomeação de Vilhena, que ficou em segundo lugar no colégio eleitoral para a escolha do reitor, criou um forte impasse. Professores querem a renúncia de Vilhena e insistem na posse de Aloísio Teixeira, do Instituto de Economia Industrial, que venceu em pesquisa entre professores, estudantes e funcionários e no colégio eleitoral (62 contra 31 votos). Amanhã haverá assembléia dos professores para decidir se vão aderir à greve dos funcionários. Os funcionários iniciaram a paralisação em 15 de abril e decidiram continuar o movimento em repúdio à nomeação de Vilhena. Alunos e professores disseram concordar com a necessidade da greve, considerada "justa" por ambos os lados, ao exigir reposição das perdas salariais dos últimos quatro anos. Mas, enquanto os estudantes duvidam da qualidade do ensino com a reposição e até apostam no cancelamento do semestre, os professores alegam que a universidade tem tradição de repor completamente as aulas. Para o professor de físico-química Marco Antônio Faria, é uma questão de "ética profissional" não prejudicar os alunos. Já Selene Alves Maia, professora-adjunta de matemática, critica a nomeação de Vilhena. "Nunca os professores foram tão desrespeitados." Os alunos da UFRJ ouvidos pela Folha apóiam a greve dos professores, considerando justa a reivindicação salarial, mas não escondem o desapontamento por perder o semestre e abrir mão das próximas férias de verão. Devido a reposição das aulas, eles terão que estudar em janeiro e fevereiro do ano que vem. Texto Anterior: Qualidade do ensino preocupa os alunos Próximo Texto: Ano letivo em Brasília vai até março Índice |
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