São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998 |
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De heróis e covardes
NELSON DE SÁ
- Não quer dizer que uma seleção de heróis passa a ser uma seleção de covardes. Problema de quem falou em "heróis". Ele não chamou ninguém de covarde, mas mudou o discurso: - É a maior derrota brasileira na história das Copas... Ataque eficiente, mas defesa com falhas. A defesa é um caos. Pelé, Falcão e Romário falaram até mais. Do terceiro: - O Brasil não exibiu na Copa o brilho do futebol brasileiro. A realidade, ainda que tardia. * Quem não mudou discurso, do início ao fim da Copa, foi Tostão. E ontem, na ESPN: - O Brasil, com muito esforço e contradição, conseguiu chegar à final. Mas eram muitos erros. Que a seleção aprenda com os erros e se prepare melhor. Sobre o jogo, ele foi voz isolada, é claro, a notar que o oba-oba da própria televisão pesou: - O favoritismo se transferiu para o time. Os jogadores ficaram tranquilos, pensaram que o jogo era fácil, perderam a tensão. * Na CNN: - Os brasileiros, eles estavam totalmente desorganizados. * Galvão Bueno, certo da vitória, batia no peito: - Sou brasileiro, com orgulho. Depois da derrota, ao anunciar as próprias lágrimas: - Nós vamos falar deste dia sem nenhuma vergonha. Nenhum de nós, nesta altura, tem vergonha de ser brasileiro. * O jogo espelhava a velha disputa entre Zagallo e Pelé, na seleção. Na semana, o primeiro vencia. No final do jogo, Galvão Bueno se rendeu a Pelé, que voltou a ser "o maior jogador do mundo", ou "coroado pelos franceses, que o chamaram de rei". E-mail: nelsonsa@uol.com.br Texto Anterior: 14 de Julho Próximo Texto: Orgulho e vergonha Índice |
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