São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
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Dois melhores decepcionam

DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Ronaldinho e o lateral-esquerdo Roberto Carlos, considerados, respectivamente, os dois melhores jogadores do mundo, voltaram a decepcionar ontem, na decisão da Copa da França, vencida pelo time da casa.
Ronaldinho, que já tinha o pior aproveitamento de passes entre os jogadores da seleção brasileira, baixou sua média de 78,7% de acerto para 70%. Dos 10 passes que deu, errou 3, segundo as estatísticas do Datafolha.
Nesse fundamento, ele só ficou à frente do volante Doriva, do lateral Zé Carlos e do meia-atacante Giovanni, que participaram de apenas uma partida nesta Copa.
O jogador que mais costumava finalizar para o Brasil -sua média era de 3,2 por partida- ontem finalizou apenas uma vez. A média de Ronaldinho ao final da Copa caiu para 2,9 finalizações por jogo.
Ronaldinho recebia em média 31,2 bolas por jogo. Ontem, recebeu apenas 15, com 27 atuações.
Roberto Carlos, o segundo melhor do mundo, foi menos acionado ontem que o lateral-direito Cafu e quase não apareceu no jogo.
Cafu praticamente concentrou as jogadas de ataque do Brasil. Foi o líder em atuações (108, contra 72 de Roberto Carlos) e o mais acionado da seleção brasileira no jogo, com 79 bolas recebidas (sua média era de 52,4 por partida).
O lateral-direito recebeu quase o dobro de bolas de Roberto Carlos (40) no jogo.
A seleção brasileira tentou repetir com Cafu, que estava retornando de suspensão, o mesmo tipo de jogada a que havia recorrido com sucesso contra a Dinamarca nas quartas-de-final.
Nessa jogada, Dunga saía pelo meio lançando ou Rivaldo virava o jogo para Cafu chegar ao ataque e tentar cruzamentos. Ontem, entretanto, Cafu não era acionado com lançamentos, mas por meio de passes, facilitando os desarmes.
Não existia mais uma ligação direta com Cafu. Como os passes eram próximos, marcação dos franceses foi facilitada, minando esse tipo de jogada.
Denílson, que entrou no lugar de Leonardo, passou a ser a principal opção de ataque no segundo tempo. Em meio tempo, com 24 bolas recebidas e 48 atuações, foi mais acionado que Ronaldinho durante o jogo todo. A média do meia era de 20,7 bolas recebidas por jogo.
Com a marcação forte do lateral-direito Thuram, o líder em desarmes da seleção francesa, Denílson teve uma redução de 78% para 54% no acerto de seus dribles.
Denílson tentou 13 dribles na partida, e acabou errando 6. Ele tinha uma média de 7,7 dribles por partida, dos quais costumava acertar 6.
O meia-atacante foi ainda o segundo jogador que mais perdeu bolas, 11 no total.
A seleção brasileira conseguiu superar a francesa em passes, com 512 no total, contra 342 do adversário, e teve dez minutos a mais de posse bola (34min56 contra 24min47), mas insistia nesses dois tipos de jogadas -pela direita, com Cafu, e pela esquerda, com Denílson- sem sucesso.

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