São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 1998
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Os números, os números

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

Franz Beckenbauer disse certa vez, em entrevista à revista "Placar", que a matemática foi vital no trabalho que culminou com o título alemão em 1990. O técnico exigiu, naquela Copa, que seus estatísticos analisassem até mesmo os adversários que não participavam do lance com bola -para saber se ficava antenado ou aéreo, "com as mãos na cintura".
Nos últimos 33 dias, este espaço martelou a importância dos números na análise do esporte. Há dez dias, mostrou que, se dependesse das estatísticas, a França já podia comemorar o título.
Pois a final provou que o imponderável anda cada vez mais raro no futebol (até os dois gols do cracaço Zidane nasceram de jogadas de bola parada...).
Ontem, mesmo com 40% a menos de posse de bola do que o Brasil, a França chutou 33% mais e desarmou 17% mais -note, as duas estatísticas que melhor traduzem o futebol moderno.
Isolando Ronaldinho (o homem-gol de Zagallo tocou só 27 vezes na bola, 75% a menos do que sua média), a defesa menos vazada da Copa (2 gols) deixou o campo do Stade de France com o 3 x 0, o melhor ataque da competição (15 gols) e a taça. Basta?

Texto Anterior: Copa faz ponte para século 21
Próximo Texto: A seleção perdeu por menosprezar seu rival
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.