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Painéis de Portinari recuperam brilho Díptico 'Guerra e Paz', doado pelo Brasil à ONU em 1956, passou por restauro no país e será exibido em São Paulo Exposição começa em 7/2 no Memorial da América Latina; obras irão para outros países antes de voltar a NY
DE RIBEIRÃO PRETO São Paulo será a primeira cidade do mundo a receber os painéis "Guerra e Paz", de Candido Portinari (1903-1962), com as mesmas cores vivas e detalhes que a obra exibia quando foi levada, há 56 anos, para a sede da ONU, em Nova York. Os dois painéis gigantes, cada um com 14 metros de altura, serão expostos de 7 de fevereiro a 21 de abril no Memorial da América Latina. A exposição inaugura uma turnê internacional das obras. É a primeira mostra dos painéis desde que a restauração de "Guerra e Paz" foi concluída no Rio de Janeiro, em 2011 -quando puderam ser vistos enquanto ainda eram restaurados em uma espécie de ateliê aberto para visitação, no palácio Capanema. Antes do restauro, entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, as obras levaram, em 12 dias, 44 mil visitantes ao Theatro Municipal do Rio. Desde que o trabalho terminou, elas foram desmontadas, encaixotadas e transferidas para um local mantido em sigilo por segurança. João Candido Portinari, filho do artista e diretor do Projeto Portinari, ressalta que, além dos painéis, a exposição trará, pela primeira vez, um conjunto de aproximadamente cem estudos originais. São desenhos e maquetes feitos por Portinari como preparação para "Guerra e Paz". João Candido conta que reunir o material foi trabalhoso, porque o acervo pertence a galerias e coleções particulares mundo afora. A escolha do Memorial da América Latina para abrigar a exposição é simbólica, afirma o filho do artista. Primeiro, porque o local foi projetado por Oscar Niemeyer, de quem Portinari foi parceiro em projetos como o da igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Além disso, diz Candido, há o vínculo entre as ideias expressas por "Guerra e Paz" e o projeto cultural do Memorial, pela integração da América Latina. "É um lugar de cultura de paz, de integração dos povos, que tem tudo a ver com a mensagem dos painéis." Depois que deixar São Paulo, "Guerra e Paz" vai percorrer outras cidades pelo mundo. Os dois países já definidos são Noruega e Japão. No primeiro, a ideia é que as obras marquem presença em Oslo durante a entrega do Prêmio Nobel da Paz. Já no Japão, a preferência recaía sobre Hiroshima, atingida pela primeira bomba atômica americana no fim da Segunda Guerra (1939-1945). Mas a inexistência de um espaço ideal deve transferir a mostra para Tóquio. Outros países devem ser incluídos na turnê, como Argentina e Turquia. Os painéis voltam a Nova York em 2013, onde foram instalados em 1956, como presente do governo brasileiro. Para que fossem trazidos ao Brasil e restaurados, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) investiu R$ 7 milhões. Já para a turnê que se inicia em São Paulo, o Projeto Portinari ainda busca mais patrocinadores.
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