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Crítica Drama Wayne Wang escapa do exotismo óbvio em conto sobre situação feminina na China CÁSSIO STARLING CARLOSCRÍTICO DA FOLHA País de misteriosas tradições e potência econômica capitalista, duas das imagens mais difundidas da China, se sobrepõem e se complementam em "Flor da Neve e o Leque Secreto". Passado e presente ressoam um no outro e revelam as rupturas e continuidades por meio de duas histórias que se assemelham. No centro dos dois relatos, encontram-se figuras femininas e uma tradição que aproxima opostos ou diferenças. No século 19, Flor da Neve e Lírio, de origens sociais distintas, padecem a imposição tradicional que valoriza pés pequenos e delicados e as obriga a tolerar sofrimentos. O "laotong", laço que une duas mulheres de modo eterno, as manterá ligadas, apesar de os destinos individuais imporem vidas separadas. Em paralelo, na Xangai de hoje, Nina e Sophia, também unidas pelo "laotong" e interpretadas pelas mesmas atrizes da outra história, representam a solidariedade numa sociedade orientada por princípios individualistas. O filme prolonga uma fértil tradição de melodramas que distinguiu o cinema chinês desde os anos 20 com tramas em que destinos femininos e história coletiva se cruzam e se refletem. Wayne Wang aborda com sobriedade um material que poderia sufocar sob o peso dos simbolismos nas mãos de um cineasta óbvio. Essa opção permite que, em vez do exotismo pronto para consumir, "Flor da Neve e o Leque Secreto" expresse mais do que aparenta sua superfície. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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