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CINEMA/ESTRÉIA
Projeto da TV pública vira negócio de multinacional
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
da Reportagem Local
Efeitos especiais realizados na
França, acabamento nos EUA.
"Castelo Rá-Tim-Bum", inicialmente um projeto educativo de
uma TV pública, acabou um negócio de multinacional do cinema.
Após a primeira apresentação
do filme em São Paulo, jornalistas
de todo o país, convidados pela
produção, se reuniram com o
elenco. Entre as estrelas, uma mereceu especial atenção e a ela foram direcionadas boa parte das
perguntas: Rodrigo Saturnino,
executivo da Columbia Pictures
no Brasil.
A empresa é responsável por R$
3 milhões dos R$ 7,5 milhões que
bancaram o filme (outros R$ 2,2
milhões vieram do Banespa). É a
Columbia quem cuida da distribuição de "Castelo" e, portanto, a
grande responsável na guerra
contra Xuxa, Renato Aragão,
"Toy Story 2" e "Pokémon".
"Lançar "Castelo" é um desafio",
disse, falando sobre a concorrência. "Pretendemos vencer pela
qualidade", afirmou, também
cuidando do marketing, que
"vende" "Rá-Tim-Bum" como
um produto diferente dos concorrentes.
Na guerra de marketing, Saturnino acredita contar com dois
bons ventos do mercado: o aumento do número de salas e a
venda de ingressos com preços reduzidos para menores de 12 anos.
"A meia-entrada permite que a
criança veja todos os filmes", disse ele.
Negócios à parte (Alain Fresnot,
o produtor, versou sobre os efeitos da desvalorização do real na
produção e Hamburger minimizou as perdas em efeitos especiais,
que consumiram boa parte do orçamento), o bom do dia foram as
piadas entre a equipe.
Hamburger começou: "Na história que eu tinha, precisava de
uma bruxa...". Marieta Severo
emendou: "Aí, ele pensou em
mim!". Hamburger tentou consertar, mas acabou reafirmando
que elaborou a personagem pensando na atriz. "Não carreguei esse queixinho a vida inteira à-toa",
foi outra frase marcante da atriz.
"Quis envolver as crianças, mas
não as atemorizar."
Entre as crianças, Mayara Constantino, 13, que faz Cacau, disse
que Diegho Kozievitch, 13, o Nino, "aprendeu bastante" em São
Paulo.
Diegho é de Curitiba (Paraná),
onde iniciou sua carreira cantando em corais e fazendo peças infantis ("Faltei na escola quase
meio ano quando fiz "Peter
Pan"'). Os outros atores infantis
do filme, Leandro Léo (João) e
Oscar Neto (Ronaldo), também
explicaram como conseguiram
conciliar filmagens, aulas cabuladas e reposições, de modo que
"Castelo Rá-Tim-Bum" fosse feito e eles não tomassem bomba.
Pascoal da Conceição, que faz
um Abobrinha com dimensões
políticas, diz que não usou o prefeito de São Paulo, Celso Pitta
(PTN), na construção do seu personagem.
"Não diria que há uma coincidência. Acho que ele, como referência, empobrece", avaliou.
A saia justa ficou por conta de
Saturnino, que se queixou da cabine do Cinesesc. Achou que o filme ficou escuro na sala do co-patrocinador (que, aliás, inaugura
exposição na unidade Belenzinho
em 15 de janeiro).
Já Hamburger achava que a cópia é que não estava muito clara.
Uma nova revelação resolveria o
problema. E assim foi feito, segundo a sua vontade. O filme, menos colorido que a série de TV, estréia um pouco mais claro que na
sua primeira exibição.
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