São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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ARTES PLÁSTICAS

Espaços como Brito Cimino, Marília Razuk e Thomas Cohn abrem nos finais de semana para ampliar público

Galeristas buscam pequenos colecionadores

Divulgação
Detalhe de "Lago", de Vânia Mignone, na Casa Triângulo; galeria mostra trabalhos de seus artistas de forma mais abrangente


GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sete importantes galerias da cidade -todas localizadas nas proximidades da avenida Faria Lima- se uniram para tentar sacudir o mercado das artes. Baró Cruz, Brito Cimino, Casa Triângulo, Leme, Marília Razuk, Nara Roesler e Thomas Cohn, uma vez a cada três meses, vão abrir suas portas também aos sábados e domingos, das 12h às 18h, com o intuito de ampliar o público que freqüenta o circuito de exposições. A primeira edição do evento acontece neste fim de semana.
Para seus organizadores, a investida, que ganha o nome de Acervo Aberto, pode incentivar o cenário das artes visuais, não só com uma possível ampliação de público, mas também como forma de facilitar o contato entre galerista e pequeno comprador. "O perfil de quem freqüenta exposições nos fins de semana é diferente, é mais amplo", diz Fábio Cimino, da Brito Cimino. "Nossa intenção é abrir a galeria para quem quiser conhecer, e ficar aqui à disposição para bater um papo sobre as obras e o trabalho dos artistas."
Hoje a Brito Cimino abriga a mostra "Naipe", de Dudi Maia Rosa, com quadros em fibra de vidro e resina poliéster pigmentada, com figuração simples, que remete a desenhos de jogos, principalmente de baralho. Cada peça custa em média R$ 35 mil cada uma.
O acervo do espaço, a exemplo do que também vai acontecer nas galerias participantes, estará aberto para visitação. Há obras das mais diversas dimensões, assinadas por Nelson Leirner, Regina Silveira, Eder Santos, Caio Reisewitz e Rochelle Costi, entre outros. Os preços vão de R$ 2.000 a R$ 20 mil.
Com exceção da Casa Triângulo, as galerias preferiram prosseguir com as mostras que já estavam em cartaz, cedendo um espaço menor para peças de acervo -no máximo um mezanino ou uma sala pequena, além da reserva. Na Nara Roesler, por exemplo, Artur Lescher exibe esculturas em madeira e metal (com obras que custam de R$ 3.500 a R$ 60 mil) e no mezanino há obras mais antigas, como um quadro de Cristina Canale (por R$ 30 mil).

Acervo
Na Thomas Cohn, além das pinturas da exposição individual de Carlos Gorriarena, estão obras de José Bedia, Hildebrando de Castro e Paulo Queiroz, entre outros. Na Leme, estão artistas mais jovens com trabalhos de preços mais acessíveis, como Camila Sposati e Felipe Gama. Já na Marília Razuk, além das obras em exposição, de Roberto Bethônico e Ester Grinspum, há no acervo trabalhos de Caetano Dias, José Bechara, Nelson Felix e Cabelo.
A Casa Triângulo é a única neste circuito que preferiu mostrar os trabalhos de seus artistas de forma mais abrangente, espalhando o acervo por toda a galeria, sem privilegiar um nome. Quem visitar a exposição vai ver pelo grande salão peças de Márcia Xavier, como uma foto espelhada dentro de uma espécie de tubulação (cerca de R$ 25 mil), e de Albano Afonso, com fotografias perfuradas e sobrepostas (cerca de R$ 20 mil), para citar dois dos mais badalados artistas representados ali.
A galeria também aposta em artistas com menos projeção. Vale ficar de olho em nomes como os do peruano Píer Stockholm e Rodrigo Matheus -suas peças custam de R$ 1.500 a R$ 5.000. Em todas as galerias, o projeto prevê propostas de parcelamento. Dependendo do valor da obra adquirida, o preço poderá ser dividido em até dez parcelas.


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