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Nova geração filma histórias humanas
da Redação
A partir de meados dos anos 90,
uma nova geração de diretores israelenses rompeu com a cinematografia de propaganda sionista
(anos 50 e 60) e de questionamento político (anos 70 e 80) que marcaram a produção durante as primeiras quatro décadas de existência de Israel.
É o que conta Shuki Friedman,
produtor que trabalhou com
Amos Gitai -um dos mais renomados cineastas israelenses da
atualidade- em filmes como
"Kadosh" e "Kipur" (ainda em
processo de finalização).
"Essa geração, à qual eu pertenço, valoriza a liberdade para escrever histórias humanas, sobre
pessoas, sem buscar necessariamente um enfoque político", explica, fazendo referência a diretores jovens formados nas escolas
de arte de Tel Aviv e Jerusalém.
O resultado são filmes de profundidade psicológica como "Kadosh", que, na visão de Friedman,
não deve ser enxergado como um
documentário sobre a vida em
Mea Shearim (bairro de Jerusalém habitado por judeus ultra-ortodoxos).
"O filme não se coloca contra a
religião ou o sentimento de ser judeu. É ficção, uma história sobre
relações em família que podem
acontecer quando se é extremista
na prática de qualquer religião."
O produtor destaca também
que não há nada que impeça os
diretores de voltar a abordar as
(complicadas) relações entre Israel e seus vizinhos árabes. "Acho
impossível não pertencer à realidade de onde se vive. Mas os jovens diretores querem ser autocríticos, mostrar que há heroísmo
no Exército mas que as coisas
também dão errado."
E muito coisa deu errado na
Guerra do Iom Kipur (1973), objeto do último filme, de caráter
autobiográfico de Amos Gitai.
Nele, o cineasta projeta fatos autobiográficos -ele foi ao front e
acabou ferido na guerra contra a
Síria- ao exibir a saga de um pelotão de resgate numa operação
de salvamento. Tanques e helicópteros de verdade foram emprestados pelo Exército para as
filmagens.
Friedman, que veio ao Brasil para o Festival de Cinema Israelense, dará uma palestra amanhã, às
19h, no Centro Cultural São Paulo.
(MS)
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