São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

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FÓRUM CULTURAL MUNDIAL

Atrações de hoje incluem índios brasileiros, dançarinos moçambicanos e músico curdo exilado

Diversidade marca último dia do Fórum Cultural Mundial

JANAÍNA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A diversidade artística, proposta pelo Fórum Cultural Mundial, toma conta hoje da avenida Paulista, de sete unidades do Sesc e do Museu da Casa Brasileira. Após oito dias de debates, encontros e manifestações culturais, o fórum termina com mais de 15 atrações nacionais e internacionais, que vão se apresentar nesses espaços, do começo ao fim do dia.
Os gêneros artísticos e origens são os mais variados. Um exemplo é a coreografia "Mafalala", dos moçambicanos da Cia. de Dança da CulturArte. Segundo seu coreógrafo e diretor, Panaibra Gabriel, a coreografia, inspirada no bairro homônimo que fica na capital, Maputo, é uma leitura contemporânea da cultura do país.
"Mafalala abrigava os índios que chegavam do campo para trabalhar na cidade. Mas gente de todo o país costumava habitar esse bairro, que fica na periferia. Hoje, os moradores são os mais variados, e há, inclusive, intelectuais. É como um espelho da cidade", diz.
O multiculturalismo também está presente no encontro do percussionista brasileiro Naná Vasconcelos com o violonista espanhol Pablo Arrieta, que estarão juntos no Sesc Ipiranga. A dupla, que tem uma carreira internacional conjunta e gravou um CD em 2003, se apresenta com o flautista espanhol César Miquiles.
Outro show inusitado é o do músico Sivan Perwer, do Curdistão, com o grupo brasileiro Mawaca e os índios Wauja, do Alto Xingu, no Sesc Vila Mariana. Perwer, exilado na Suécia, tocará canções tradicionais curdas, enquanto o Mawaca mostra sua pesquisa de músicas de etnias do mundo, e os índios Wauja apresentam o ritual da Flauta da Taquara.
O Encontro de Novos Coreógrafos, a partir das 17h no Sesc Pompéia, mostra uma série de investigações contemporâneas da dança mundial. Composta por seis diferentes trabalhos coreográficos, que vão se apresentar em cerca de 20 minutos, o encontro revela a produção brasileira e de países como a Finlândia, Austrália, China e Estados Unidos.
Ainda na cena internacional, haverá a exibição inédita, no Cinesesc, do filme "Estrangeiras", um documentário da cineasta basca Helena Taberna. Ela filmou o cotidiano de 30 mulheres imigrantes que moram em Madri.
O teatro também se destaca na programação, com as montagens de "Macbeth", pelo grupo Amok Teatro, e "Primus" (baseado em um conto de Kafka), da Boa Companhia, ambos no Sesc Itaquera. Outras atrações bem brasileiras são os shows da sambista Beth Carvalho, acompanhada pelo Quinteto em Branco e Preto no Sesc Itaquera, e a apresentação solo do violinista Chico Saraiva, no Museu da Casa Brasileira.
A literatura também está representada na mostra artística do fórum. Com escritores, poetas, dançarinos e uma cantora, o encontro "Palavra Dança: Herança Afro", na choperia do Sesc Pompéia, promove um sarau com textos de autores negros do Brasil e do mundo. Para terminar o fórum, haverá a realização do Domingo na Paulista, das 9h às 14h, com apresentações de maracatu, baterias de escolas de samba e até um desfile de moda, com criações de novos estilistas.


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