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MULTIMÍDIA
Yuguen, conceito que inspirou Tomie, Koellreutter e Haroldo de Campos, rege projeto que homenageia estes artistas
Fundação Japão celebra cultura do Brasil
FERNANDA CIRENZA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fundação Japão abre hoje a
primeira fase do projeto Yuguen,
série de eventos que deve acontecer até o final de 2001, com o intuito de homenagear três grandes
nomes da cultura brasileira: Haroldo de Campos, Hans-Joachim
Koellreutter e Tomie Ohtake.
A programação do evento prevê
seminários, exposições e lançamentos de livros, atividades que
devem reunir, além dos homenageados, outros artistas e pesquisadores interdisciplinares.
Os ideogramas que compõem a
palavra yuguen (yu e guen) significam, respectivamente, mistério
e obscuridade, mas, para Tomie,
Campos e Koellreutter, a palavra
tem sentidos diversos.
Para o poeta e tradutor Haroldo
de Campos, yuguen "pode ser traduzido como charme sutil".
A palavra bateu tão forte no
poeta que ele lançou, em 1998, o
livro "Yu-gen" com nove poemas
ilustrados pela artista plástica Tomie, que nasceu em Kyoto.
"Escrevi "Yu-gen" depois de
uma viagem ao Japão, em 1994.
Vou ler os poemas no seminário
de que vou participar", antecipou.
O compositor e musicólogo
Koellreutter, ao explicar sua peça
"Yugen" -que será tocada hoje,
pela primeira vez no Brasil, por
meio de uma gravação-, escreve
que a palavra "é expressão sem
expressão, uma oração íntima".
Já para Tomie, yuguen "é uma
coisa muito profunda e sem fim,
como o universo".
As atividades
Jo Takahashi, diretor de projetos culturais, disse que o objetivo
é levantar contribuições de artistas e pesquisadores em torno dos
homenageados e da palavra.
A partir das 18h de hoje, Christine Greiner, professora doutora da
Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, lança o livro "O Teatro Nô e o Ocidente" (editora Annablume, R$ 15).
Às 19h serão abertas duas exposições: a de Rachel Zuanon (artista gráfica e cenógrafa), em torno
do tema "Nô" (teatro japonês, cuja característica é a contenção de
gestos), e a instalação fotográfica
"Impressões de um Japão Incomum", de Maureen Bisilliat .
Para as 20h, está programado o
seminário "Yuguen", com Campos, Koellreutter e Darci Kusano
(pesquisadora livre-docente das
artes cênicas tradicionais e modernas do Japão na USP).
No dia 25, encerra-se esta fase,
com o lançamento do livro "Instantâneos de um Japão Incomum", de Bisilliat (Instituto Takano de Projetos, sem preço definido) e o seminário "Ma" (conceito estético que significa espaço vazio). Além de Bisilliat, participam
Anja Pratsche (pesquisadora da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos-USP) e Coen
Murayama (monja, presidente do
templo Busshinji).
O quê: projeto Yuguen
Quando: de seg. a sex., das 12h às 18h
(exposições). Até 25/10
Onde: Fundação Japão (av. Paulista, 37,
1º andar, tel. 3141-0843)
Quanto: entrada franca
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