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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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Arap liga texto a experiência com drogas

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor e dramaturgo Fauzi Arap procurou retratar na adaptação que fez de "Paixão Segundo G.H." a mesma alteridade que ele identifica na escrita de Clarice Lispector.
Arap, 65, revela-se surpreso com a associação entre o modo que a autora constrói suas realidades paralelas no romance e a sua experiência pessoal com o LSD, rememoradas em "Mare Nostrum - Sonhos, Viagens e Outros Caminhos" (Senac, 1998). Mais ainda quando relata que Clarice fizera uso do LSD (droga alucinógena sintética que cria dependência) com o mesmo médico que o acompanhava nos anos 60.
"O alívio que a leitura do livro me trouxe, eu não soube explicar num primeiro momento. Mas era surpreendente como aquele livro retratava minha própria viagem lisérgica de forma elegante", escreve.
Segundo Arap, expressões como "o neutro", "império do presente" e "no seio da natureza", com as quais nomeia cenas da peça, correspondem à "viagem ao nada psicológico".
Em 1965, no Rio, Arap adaptou e dirigiu "A Paixão Segundo G.H.", ou pelo menos seu esqueleto, no espetáculo "Perto do Coração Selvagem" (título do primeiro romance da autora). No elenco, estavam Glauce Rocha, Dirce Migliaccio e José Wilker. Foi uma curta temporada de dez dias no teatro Maison de France. Na avaliação de Arap, não era um espetáculo profissional, tinha um caráter mais experimental.
Trinta anos depois, em 1995, amadurecido e com mais distanciamento, o diretor refez a adaptação atendo-se à história de "A Paixão Segundo G.H.", que ora Mariana Lima e Enrique Diaz abraçam. (VS)


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