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Arap liga texto
a experiência com drogas
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor e dramaturgo Fauzi
Arap procurou retratar na
adaptação que fez de "Paixão
Segundo G.H." a mesma alteridade que ele identifica na escrita de Clarice Lispector.
Arap, 65, revela-se surpreso
com a associação entre o modo
que a autora constrói suas realidades paralelas no romance e
a sua experiência pessoal com o
LSD, rememoradas em "Mare
Nostrum - Sonhos, Viagens e
Outros Caminhos" (Senac,
1998). Mais ainda quando relata que Clarice fizera uso do LSD
(droga alucinógena sintética
que cria dependência) com o
mesmo médico que o acompanhava nos anos 60.
"O alívio que a leitura do livro
me trouxe, eu não soube explicar num primeiro momento.
Mas era surpreendente como
aquele livro retratava minha
própria viagem lisérgica de forma elegante", escreve.
Segundo Arap, expressões
como "o neutro", "império do
presente" e "no seio da natureza", com as quais nomeia cenas
da peça, correspondem à "viagem ao nada psicológico".
Em 1965, no Rio, Arap adaptou e dirigiu "A Paixão Segundo G.H.", ou pelo menos seu
esqueleto, no espetáculo "Perto
do Coração Selvagem" (título
do primeiro romance da autora). No elenco, estavam Glauce
Rocha, Dirce Migliaccio e José
Wilker. Foi uma curta temporada de dez dias no teatro Maison de France. Na avaliação de
Arap, não era um espetáculo
profissional, tinha um caráter
mais experimental.
Trinta anos depois, em 1995,
amadurecido e com mais distanciamento, o diretor refez a
adaptação atendo-se à história
de "A Paixão Segundo G.H.",
que ora Mariana Lima e Enrique Diaz abraçam.
(VS)
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