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ARTES PLÁSTICAS
Exposição vai até 21 de maio
"O Luar do Sertão" reúne estrelas do NE
JULIANA MONACHESI
da Redação
A mais recente produção de cinco artistas plásticos de Pernambuco e do Ceará pode se conferida (e
comprada) a partir de hoje na exposição "O Luar do Sertão", na Galeria Nara Roesler.
Eduardo Frota, Jose Guedes, Eudes Mota, Alexandre Nóbrega e
Marcelo Silveira não são estreantes
por aqui. Todos têm currículo de
significativa centimetragem que
inclui exposições internacionais e
prêmios importantes.
A diversidade é tamanha na exposição que fica impossível chamar a arte contemporânea do Nordeste de regionalista. Se não, como
achar a identidade nordestina ao
mesmo tempo em um quadro que
antagoniza sucata e cores plenas e
no tubo oco de arruelas obsessivamente trabalhadas para representar a oposição entre concretismo e
subjetividade?
A tensão entre fotografias de sucata e azul ou preto no último grau
de profundidade e as peças de madeira -continuidades interrompidas- são as primeiras obras
com que o visitante da exposição
se depara, respectivamente, dos
artistas cearenses Jose Guedes e
Eduardo Frota.
Eudes Mota, em seguida, apresenta sua "série portas"; todas garimpadas entre casarões abandonados ou demolidos do Recife, objetos do dia-a-dia desconstruídos e
reconstruídos como obras de arte.
Esse aspecto colecionista do artista está presente também na obra
de Marcelo Silveira. Ele usa madeira cajacatinga, encontrada no sertão, como suporte para seu trabalho. As peças são todas articuláveis, o que lhes confere um aspecto
lúdico, imediatamente negado por
sua fragilidade -uma delas está
pendurada por um fio.
Outra, em sua fragilidade longilínea, lembra uma figura de Giacometti, embora Silveira negue a intenção de conferir formas reconhecíveis às peças.
Se -ainda que Frota afirme que
seu trabalho é a antítese do artesanal, já que o suporte é inteiramente
submetido à linguagem da obra-
a presença do trabalho artesanal
em madeira começa a clarear na
mente do visitante algo como uma
identidade regional na arte nordestina de hoje, lá está Alexandre
Nóbrega para confundir tudo.
Seus quadros sempre em preto-e-branco são uma aparente contradição com as cores e o clima de
sua cidade, Recife. "Para mim, estão todas as cores aí; é que a saturação de luz as esconde", diz. Assim
como as cores não precisam ser
vistas para estarem na obra, a assinatura do artista é quase imperceptível nos quadros, mas está lá.
Exposição: O Luar do Sertão
Quando: abertura hoje, às 21h
Onde: Galeria Nara Roesler (av. Europa, 655)
Preço das obras: de R$ 1.800 a R$ 8.500
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