ALEXANDRE LOURES
free-lance para a Folha

O conjunto paulistano Língua de Trapo comemora 18 anos de carreira com uma série de 18 shows que começam hoje na Funarte.
A temporada, que se chama "Língua de Maior", um trocadilho com a idade em que se alcança a maioridade no Brasil, deve culminar na gravação de um CD com as principais músicas do grupo.
O disco contará com 18 participações especiais. Alguns nomes já foram ventilados para participar do projeto. Entre eles estão Falcão, Kid Abelha, Herbert Vianna, Premeditando o Breque, Jorge Mautner e Tom Zé.
"Ainda não convidamos ninguém. Só estamos pensando nas pessoas que têm alguma proximidade com o nosso trabalho ou com quem simplesmente seria legal contar", diz Laerte Sarrumor, 39, vocalista do grupo.
O Língua de Trapo, que já chegou a ter os Titãs abrindo seu show em 84, é contemporâneo da chamada vanguarda paulistana -movimento cultural dos anos 70 que tinha Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção como protagonistas.
Apesar da contemporaneidade, a obra do Língua de Trapo encontra paralelo em apenas um conjunto da época do Lira Paulistana -principal palco da vanguarda-, o Premeditando o Breque. As duas bandas se caracterizam pela veia humorística, que predomina em suas músicas.
"Desde que começamos, fazemos só coisas relacionadas ao humor. Nosso forte são as sátiras às músicas bregas", diz Sarrumor.
Monty Python
Além de música, os componentes do Língua de Trapo também investem em outros meios de comunicação, como rádio, teatro, literatura e TV.
Um exemplo disso é o programa que alguns deles comandam, todo sábado na rádio USP, chamado "Rádio Matraca", além das performances teatrais nos shows.
Segundo Sarrumor, a maior inspiração do grupo são os ingleses do Monty Python, que também fazem um humor multimídia. "Não pretendemos ser o Monty Python brasileiro, mas não podemos negar nossa influência", diz.

Show: Língua de Trapo
Onde: Funarte (al.Nothmann, 1.058, Campos Elíseos, tel. 862-5177)
Quando: todas as quintas, até o dia 2/10
Quanto: R$ 12




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