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ARTES PLÁSTICAS
Quatro artistas de Buenos Aires abrem mostra hoje na Luisa Strina
Argentinos buscam novos espaços
da Reportagem Local
Artista argentino expondo no
Brasil dá samba? As possibilidades são remotas. Primeiro porque
a produção contemporânea brasileira é reconhecidamente superior à do vizinho latino-americano. Segundo porque não será justamente nas artes plásticas, em
que os egos são superlativos, que
os dois países se entenderão.
Pablo Siquier, Graciela Hasper,
Fábio Kacero e Marcelo Pombo,
os quatro argentinos que expõem
a partir de hoje na galeria Luisa
Strina, levam porém uma vantagem nesse desfavorável terreno.
Os quatro possuem uma produção cosmopolita, que pode ser
vista longe dos possíveis vínculos
com a tradição argentina.
Fábio Kacero, por exemplo, que
esteve na primeira Bienal do Mercosul, apresenta quatro de seus
"acolchoados", telas-objetos criadas sobre uma base de madeira,
isopor e espuma nas quais fixa
imagens adesivas criadas por
computador (pequenos símbolos
gráficos que remetem a várias linguagens, como informática, geometria e alfabetos virtuais).
Embora a forma circular dos
trabalhos expostos remeta aos
tondos renascentistas, suas referências maiores são a informática
e o design de móveis e de objetos,
algo que lhes dá um certo hibridismo, como se pertencessem a
um tempo indefinido.
Volume e espaço são também
as questões de Graciela Hasper,
que cria telas com rigor geométrico e matemático. "Há números
que são bons e outros não", justifica a artista.
Com a repetição constante de
elementos, como círculos, quadrados e elipses, Hasper cria imagens que passeiam entre o figurativo e o abstrato e que discutem
questões como volume e espaço.
Pablo Siquier também é pintor,
e preocupado com a representação do espaço. Suas imagens, algumas criadas em computador,
remetem ao desenho gráfico e industrial. São como tramas geométricas que podem ser vistas como arquiteturas virtuais sem uso.
Marcelo Pombo optou por criar
uma instalação com cópias de desenhos emoldurados em isopor.
Pombo, que morou em São Paulo
no início dos anos 80, possui um
traço mais figurativo, com teor
erótico forte e ambíguo e bastante
humor.
A mostra é curada pelo também
argentino Carlos Basualdo, que
com seu prestígio internacional
empenha-se em promover a arte
argentina fora de seu país.
Mostra: Branco e Preto (trabalhos de Fábio Kacero, Graciela Hasper, Marcelo
Pombo e Pablo Siquier)
Onde: galeria Luisa Strina (r. Padre João Manuel, 974A, tel. 280-2471, Jardins)
Vernissage: hoje, às 19h
Quando: de segunda a sexta, das 10h às 20h; sábado, das 10h às 14h
Quanto: de US$ 100 a US$ 8.000
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