São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2005

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VISUAIS

Iconografia brasileira do século 16 ao 19 ganha paredes em galeria em Pinheiros; mesa-redonda inaugura evento

Mostra percorre Brasil histórico em gravura

Divulgação
"Casamento de D. Pedro 1º com Amélie de Leuchtenberg, Segunda Imperatriz do Brasil" (1835), de Debret, que integra a exposição


GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os índios no Brasil Colônia, a indumentária da época do Império, o mundo do trabalho escravo, a arquitetura do Rio de Janeiro, a representação cartográfica: facetas da história do Brasil que a tradição européia deixou literalmente gravadas sobre o papel.
A exposição "Iconografia Brasileira: da Colônia ao Império", com inauguração hoje na galeria Estação São Paulo, exibe cerca de 70 gravuras, entre mapas, paisagens e cenas urbanas, que retratam o cotidiano brasileiro -e sobretudo o imaginário europeu- entre os séculos 16 e 19.
Os originais expostos pertencem às coleções de Stefan Geyerhahn -fundador da livraria Kosmos, hoje nas mãos de seus filhos- e do crítico Dominique Baechler.
Se no primeiro grupo se destacam imagens do pintor alemão Johann Rugendas (1802-1858), no segundo vale atentar às cenas de corte feitas pelo francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848).
Também do acervo de Bae- chler, quatro mapas ilustrados pelo holandês Arnaldus Montanus detalham as regiões do Nordeste ocupadas pelos flamengos e a importância do açúcar.

Debates
Às 19h de hoje, uma mesa-redonda com a presença do bibliógrafo José Mindlin, da historiadora Ivone Marques Dias, da artista Renina Katz e do colecionador Dominique Baechler discute a temática da gravura antiga e prepara a abertura da mostra.
A coordenação do encontro é de Olívio Tavares de Araújo, com a proposta de criar um debate voltado não apenas para os colecionadores.
Tão reveladoras historicamente quanto documentos escritos -cartas, jornais e a própria literatura-, as gravuras nos permitem entrever detalhes de organização social, geografia e botânica. Se a fotografia só seria inventada por Niepce em 1825, as gravuras nos trazem a possibilidade de vislumbrar o que veio antes com impressionante riqueza de detalhes e com o curioso -às vezes ingênuo, às vezes cruel, às vezes indiferente- olhar europeu sobre os trópicos.

Iconografia Brasileira: da Colônia ao Império
Quando:
abertura hoje, às 20h30; de seg. a sex., das 11h às 18h; e sáb., das 11h às 15h; até 22/10
Onde: galeria Estação São Paulo (r. Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros, tel. 3813-7253)
Quanto: entrada franca


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