São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2005

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TEATRO

Cia. criada na Unicamp também lê textos previstos para 2006

Os Fofos (re)encenam espetáculos em ciclo em casarão na Bela Vista

JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL

Da proximidade com o ator vem a história contada ao pé do ouvido, o olhar trocado que transparece o que vai por dentro, os cheiros e os sons que embolam os sentidos e introjetam o espectador na atmosfera de "Assombrações do Recife Velho", livre adaptação da obra de Gilberto Freyre pela cia. Os Fofos Encenam.
Hoje, com o início da mostra da companhia, o que se pretende ainda é aproximar. Não mais (ou não apenas) público e ator, mas o espectador do "conjunto da obra" do grupo nascido na Unicamp.
"Quando apresentamos [o projeto] para o fomento, a idéia era, além de lançar o espaço [o Casarão do Belvedere], tentar nos organizar como grupo. Remontar os dois outros trabalhos e fazer leituras dos próximos para dar uma idéia do que construímos juntos", conta o ator, dramaturgo e diretor Newton Moreno, 36.
Em cartaz com "Assombrações do Recife Velho" até o dia 13 de novembro no Casarão Belvedere, construção remanescente do anos 1920, na Bela Vista, Os Fofos encenam, a partir desta semana, "Deus Sabia de Tudo e Não Fez Nada" (2001) e "A Mulher do Trem" (2003) e fazem leituras de "Ferro em Brasa" e "The Célio Cruz Show", textos com previsão de estréia em 2006.
"É muito legal a idéia de grupos teatrais, de pensar em uma contribuição artística, de ter uma linha de pesquisa e, digamos, educar o público para acompanhar o grupo, se aproximar e perceber quais são os interesses estéticos", diz.
Perfiladas, as montagens de Os Fofos Encenam, com direções alternadas por Moreno e Fernando Neves, acenam duas linhas principais: a da cultura popular, com um pé na comicidade, caso de "Assombrações", e o outro contemporâneo, voltado ao homoerotismo ("Deus Sabia...").
"Mulher" é uma peça de circo-teatro, tem um urdimento, uma carpintaria. O grande barato é a pesquisa do ator. Em "Deus", a comicidade está presente, mas é agridoce. O viés é o universo gay."


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