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TEATRO
Cia. criada na Unicamp também lê textos previstos para 2006
Os Fofos (re)encenam espetáculos em ciclo em casarão na Bela Vista
JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL
Da proximidade com o ator
vem a história contada ao pé do
ouvido, o olhar trocado que transparece o que vai por dentro, os
cheiros e os sons que embolam os
sentidos e introjetam o espectador na atmosfera de "Assombrações do Recife Velho", livre adaptação da obra de Gilberto Freyre
pela cia. Os Fofos Encenam.
Hoje, com o início da mostra da
companhia, o que se pretende
ainda é aproximar. Não mais (ou
não apenas) público e ator, mas o
espectador do "conjunto da obra"
do grupo nascido na Unicamp.
"Quando apresentamos [o projeto] para o fomento, a idéia era,
além de lançar o espaço [o Casarão do Belvedere], tentar nos organizar como grupo. Remontar
os dois outros trabalhos e fazer
leituras dos próximos para dar
uma idéia do que construímos
juntos", conta o ator, dramaturgo
e diretor Newton Moreno, 36.
Em cartaz com "Assombrações
do Recife Velho" até o dia 13 de
novembro no Casarão Belvedere,
construção remanescente do anos
1920, na Bela Vista, Os Fofos encenam, a partir desta semana,
"Deus Sabia de Tudo e Não Fez
Nada" (2001) e "A Mulher do
Trem" (2003) e fazem leituras de
"Ferro em Brasa" e "The Célio
Cruz Show", textos com previsão
de estréia em 2006.
"É muito legal a idéia de grupos
teatrais, de pensar em uma contribuição artística, de ter uma linha
de pesquisa e, digamos, educar o
público para acompanhar o grupo, se aproximar e perceber quais
são os interesses estéticos", diz.
Perfiladas, as montagens de Os
Fofos Encenam, com direções alternadas por Moreno e Fernando
Neves, acenam duas linhas principais: a da cultura popular, com
um pé na comicidade, caso de
"Assombrações", e o outro contemporâneo, voltado ao homoerotismo ("Deus Sabia...").
"Mulher" é uma peça de circo-teatro, tem um urdimento, uma
carpintaria. O grande barato é a
pesquisa do ator. Em "Deus", a comicidade está presente, mas é
agridoce. O viés é o universo gay."
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