|
Texto Anterior | Índice
Anhangabaú junta sanfoneiros no evento "Forró do Gonzagão"
free-lance para a Folha
O forró vai "comer solto" hoje à
tarde no Vale do Anhangabaú,
onde acontece o 1º Encontro Nordestino de Sanfoneiros em São
Paulo, ou simplesmente, "Forró
do Gonzagão".
Trata-se de homenagem ao cantor e compositor pernambucano
Luiz Gonzaga (1912-1989). "Ele foi
mais político falando dos problemas sociais do povo nordestino
do que muitos políticos que estão
por aí", despacha a cantora e conterrânea Cylene Araújo, 33, que
organiza o encontro.
O evento vinha acontecendo há
quatro anos em Recife. Cylene diz
que o trouxe para São Paulo pois
ficou sem apoio para realizá-lo
neste ano. Os encontros na capital
de Pernambuco costumavam
reunir cerca de 50 sanfoneiros.
Com menos de uma semana para a organização e divulgação, o
encontro do Anhangabaú vai juntar, oficialmente, pelo menos 11
intérpretes conhecidos do gênero.
Cylene aponta, por exemplo, Israel Filho (PE), Chiquinho do
Acordeom (CE) e Cícero do Acordeom (BA). Também participam
as intérpretes Glória Rios (PI) e
Anastácia (PE).
Entre os sanfoneiros, o caçula é
Bob Café com Leite (PB), 14, e o
mais velho, Cícero do Acordeom,
58.
A organizadora do encontro de
sanfoneiros afirma que o show é
aberto à participação de outros
músicos interessados. "Não tivemos tempo, mas estamos convocando os sanfoneiros pelas rádios", diz.
Um dos destaques do evento será a apresentação do Coral
Anhembi, sob regência de Neide
Rodrigues Gomes, que vai interpretar "Asa Branca" (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira) e "Assum
Preto (Luiz Gonzaga), entre outros sucessos do "rei do baião".
Segundo Cylene, o encontro
serve também para homenagear a
cidade que tem em sua história a
inscrição do trabalho de milhares
de migrantes nordestinos.
Santa Luiza
Luiz Gonzaga nasceu em Exu
(PE), a 13 de dezembro de 1912, na
fazenda Caiçara, localizada a três
léguas (19,8 km) da cidade. Filho
de Januário e Ana Batista (conhecida por Santana), ele ganhou o
nome em homenagem a Santa
Luzia, celebrada no mesmo dia.
O sanfoneiro instalou seu
"quartel-general" em São Paulo
no final dos anos 40. Na época,
auge do baião, era obrigado a cantar sobre marquises de edifícios
ou a instalar alto-falantes na rua
pois os auditórios não comportavam o público que queria ouvi-lo.
(VS)
Texto Anterior: Show: Banda Sinfônica festeja seus dez anos Índice
|