São Paulo, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


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Anhangabaú junta sanfoneiros no evento "Forró do Gonzagão"

free-lance para a Folha

O forró vai "comer solto" hoje à tarde no Vale do Anhangabaú, onde acontece o 1º Encontro Nordestino de Sanfoneiros em São Paulo, ou simplesmente, "Forró do Gonzagão".
Trata-se de homenagem ao cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989). "Ele foi mais político falando dos problemas sociais do povo nordestino do que muitos políticos que estão por aí", despacha a cantora e conterrânea Cylene Araújo, 33, que organiza o encontro.
O evento vinha acontecendo há quatro anos em Recife. Cylene diz que o trouxe para São Paulo pois ficou sem apoio para realizá-lo neste ano. Os encontros na capital de Pernambuco costumavam reunir cerca de 50 sanfoneiros.
Com menos de uma semana para a organização e divulgação, o encontro do Anhangabaú vai juntar, oficialmente, pelo menos 11 intérpretes conhecidos do gênero.
Cylene aponta, por exemplo, Israel Filho (PE), Chiquinho do Acordeom (CE) e Cícero do Acordeom (BA). Também participam as intérpretes Glória Rios (PI) e Anastácia (PE).
Entre os sanfoneiros, o caçula é Bob Café com Leite (PB), 14, e o mais velho, Cícero do Acordeom, 58.
A organizadora do encontro de sanfoneiros afirma que o show é aberto à participação de outros músicos interessados. "Não tivemos tempo, mas estamos convocando os sanfoneiros pelas rádios", diz.
Um dos destaques do evento será a apresentação do Coral Anhembi, sob regência de Neide Rodrigues Gomes, que vai interpretar "Asa Branca" (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira) e "Assum Preto (Luiz Gonzaga), entre outros sucessos do "rei do baião".
Segundo Cylene, o encontro serve também para homenagear a cidade que tem em sua história a inscrição do trabalho de milhares de migrantes nordestinos.

Santa Luiza
Luiz Gonzaga nasceu em Exu (PE), a 13 de dezembro de 1912, na fazenda Caiçara, localizada a três léguas (19,8 km) da cidade. Filho de Januário e Ana Batista (conhecida por Santana), ele ganhou o nome em homenagem a Santa Luzia, celebrada no mesmo dia.
O sanfoneiro instalou seu "quartel-general" em São Paulo no final dos anos 40. Na época, auge do baião, era obrigado a cantar sobre marquises de edifícios ou a instalar alto-falantes na rua pois os auditórios não comportavam o público que queria ouvi-lo. (VS)


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