|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SHOW
Regido por Roberto Farias e Daniel Havens, grupo toca de Villa-Lobos à trilha de "Guerra nas Estrelas"
Banda Sinfônica festeja seus dez anos
IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha
A orquestra brasileira que mais
se dedica à música contemporânea está celebrando dez anos. A
Banda Sinfônica do Estado de São
Paulo faz o concerto de comemoração hoje, na Sala São Paulo. A
apresentação será conduzida pelo
regente titular da banda, Roberto
Farias, e pelo regente-adjunto,
Daniel Havens.
É do próprio Havens a obra que
abre a apresentação: "Festival
Overture", seguida por uma
transcrição para banda sinfônica
da suíte do musical "West Side
Story", de Leonard Bernstein.
Em seguida, Roberto Farias sobe ao palco para reger uma transcrição de dois movimentos das
"Bachianas Brasileiras nº 4", de
Villa-Lobos; "Music for Hamlet",
suíte para a peça de Shakespeare
do compositor norte-americano
Alfred Reed; e, encerrando o programa, uma seleção de trechos da
trilha sonora de John Williams
para os filmes "Guerra nas Estrelas" e "O Império Contra-Ataca".
Síntese
Formado apenas por autores do
século 20, o programa de hoje faz
uma espécie de síntese do que têm
sido as atividades da banda desde
sua fundação, em 1989.
O conjunto, que já encomendou
30 peças para autores brasileiros e
de alguns outros países da América Latina, realiza estréias latino-americanas de obras para esta
formação em quase todos os concertos que faz.
E, para estimular ainda mais a
criação de obras que pretende incluir em seu próprio repertório, a
banda está lançando seu primeiro
concurso de composição.
Aberta a compositores brasileiros -e a estrangeiros radicados
no Brasil há pelo menos um
ano- a competição terá duas eliminatórias, ao vivo. O evento deve acontecer no segundo semestre
do ano que vem, com a final prevista para dezembro de 2000.
Sopros e percussão
Para que não haja mal-entendido: uma banda sinfônica não tem
nada a ver com aquelas bandas de
coretos de pracinha das cidades
do interior. "É uma orquestra de
sopros e percussão", define o
maestro Roberto Farias.
Se, em uma orquestra convencional, o instrumentista mais importante é o "spalla" (o líder dos
violinos), em uma banda sinfônica a proeminência é do líder do
naipe de clarinetas.
Sediada na Universidade Livre
de Música, a Banda Sinfônica do
Estado de São Paulo ensaia alternadamente na Oficina Cultural
Oswald de Andrade e no Memorial da América Latina. E é também no Memorial que acontece a
maior parte das apresentações da
banda (neste ano, foram cerca de
40, incluindo turnês pelo interior
do Estado).
Formada por 85 músicos, a banda cumpre uma rotina de três ensaios por semana -número que
se intensifica às vésperas dos concertos.
O ponto alto de sua história
aconteceu em 97, quando foi convidada para a 8ª Conferência da
Associação Mundial de Bandas
Sinfônicas, realizada na Áustria
-ocasião que aproveitou para
gravar um CD ao vivo, ainda não
lançado.
"Recebemos um convite para
voltar à Áustria no ano que vem",
conta Farias. "Também fomos
chamados para o Festival Alpino,
na Suíça, e para o Festival de Karkrade, na Holanda. Mas todos os
nossos projetos para o ano 2000
ainda dependem de verba".
Outra pendência é o CD comemorativo dos dez anos da banda
-que já deveria ter saído, mas está atrasado devido a problemas
com a liberação de direitos autorais de algumas obras.
Por enquanto, a carreira fonográfica comercial do conjunto fica
restrita ao disco "Fantasia Coral"
(editora Paulus), com obras de
Amaral Vieira.
Concerto: Banda Sinfônica do Estado de
São Paulo
Quando: hoje, às 17h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes,
s/nº, tel. 223-5199)
Quanto: de R$ 5 a R$ 15
Texto Anterior: Crítica: Das melhores palhetadas do gênero Próximo Texto: Anhangabaú junta sanfoneiros no evento "Forró do Gonzagão" Índice
|