DA REPORTAGEM LOCAL

Pedro Vicente ("Sem Memória"), Mário Bortolotto ("Deve Ser do Caralho o Carnaval em Bonifácio") e Sergio Salvia Coelho ("Só, Ifigênia, sem Teu Pai") são os autores que participam da segunda semana da Mostra de Dramaturgia Contemporânea, que acontece de hoje a domingo, no Teatro Popular do Sesi.
O projeto, idealizado pelo Teatro Promíscuo, encena três peças curtas por semana, até o final do mês, totalizando 15 novos textos curtos. Renato Borghi, Elcio Nogueira Seixas, Débora Duboc e Luah Guimarãez interpretam todas as obras conforme a concepção de 13 diretores convidados.
Em "Sem Memória", encenada por Johana Albuquerque, Vicente apresenta um homem insatisfeito com o materialismo de sua vida profissional. O personagem é abordado por um garçom excêntrico durante um coquetel em que está com a esposa.
O casal discute e o sujeito acaba falando demais. De repente, é arremessado num buraco negro absurdo, segundo Vicente, não sabe mais se sua realidade é a presente ou a anterior, da qual se lembra vagamente.
Bortolotto define "Deve Ser do Caralho..." como um "texto afetuoso sobre personagens excluídos", quase uma pausa em toda a violência que permeia sua obra à frente do grupo Cemitério de Automóveis. A direção da montagem é de Fauzi Arap.
Coelho, crítico da Folha, transporta a personagem-título de "Só, Ifigênia, sem Teu Pai" para o bar de uma Áulis igualmente imaginária. É madrugada. A filha de Agamenon sofre a angústia da espera do pai e do marido Aquiles, que não chegam. Quem assina a montagem é Márcio Aurélio.
Paralelamente aos espetáculos, acontece um ciclo de debates às segundas-feiras, sempre às 20h . Participam do próximo encontro, no dia 10 (no mezanino), os diretores Eduardo Tolentino de Araújo, Débora Dubois, Georgette Fadel e Márcia Abujamra, sob mediação da jornalista e autora Marici Salomão.