São Paulo, quinta, 8 de outubro de 1998

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TEATRO
"Qualquer Gato Vira-Lata..." estréia hoje, às 21h, com texto de Juca de Oliveira e direção de Bibi Ferreira
Peça apresenta 'apostila da sexualidade'

Divulgação
Tuca Andrada (à esq.), Rita Guedes e Felipe Folgosi compõem o elenco da peça 'Qualquer Gato Vira-Lata...'


CRISTIANO CIPRIANO POMBO
free-lance para a Folha

Qualquer gato vira-lata tem vida sexual mais sadia que a nossa. A frase, que logo de cara soa sugestiva e desperta a curiosidade, dá título à mais recente obra de Juca de Oliveira, que chega hoje aos palcos em montagem dirigida por Bibi Ferreira.
Vencedor do Prêmio Apetesp de melhor autor em 97, com o espetáculo "Caixa 2", abordando outra vez temas que o "incomodam", Juca de Oliveira apresenta agora sua "apostila da sexualidade".
Escrita com base em observações sobre o comportamento sexual de seres humanos e animais, "Qualquer Vira-Lata Tem Vida Sexual Mais Sadia Que a Nossa" conta a história de Tati (Rita Guedes), uma estudante de direito que, após um de seus "definitivos" rompimentos semanais com o namorado, se refugia no auditório da faculdade e, sem querer, acaba assistindo a uma palestra sobre o evolucionismo de Darwin.
Em pouco tempo, a partir das leis biológicas expostas pelo jovem cientista Conrado (Tuca Andrada), Tati encontra algumas respostas para seus problemas e, decidida a reconquistar seu namorado -Marcelo (Felipe Folgosi)-, acaba pedindo ajuda ao biólogo.
Nesse ponto da trama, a "apostila da sexualidade" aparece com maior veemência à medida que, seguindo as indicações do biólogo, a jovem vai moldando sua maneira de se portar, aprendendo o que dizer, o que vestir, como se pentear, quando ir ou não para a cama e, com isso, acaba conseguindo resultados surpreendentes.
"O "Gato Vira-Lata' surge de uma coisa que me incomoda: a vida amorosa do jovem, que é uma sucessão de conflitos, devido a transgressão de leis biológicas. Observando minha filha e suas amigas, constato erros elementares, como a mulher que assedia e espanta o homem", explica Juca de Oliveira.
Ele afirma que a peça foi a melhor forma encontrada para buscar aproximação com os jovens, inclusive sua filha. "Sempre que tentava atuar, meus conselhos eram rejeitados. Quem sabe agora a resistência seja menor."
O autor explica que a designação "apostila da sexualidade" surgiu após uma leitura do texto em 97. "Houve grande surpresa. Muitos seguiram as dicas do texto e obtiveram êxito. São leis biológicas, sem machismo ou preconceito, tanto que me pediram para fazer do texto uma apostila de estudos."

Peça: Qualquer Gato Vira-Lata...
Quando: estréia hoje, às 21h; qui. e sex., às 21h; sáb., às 20h e 22h30; dom., às 19h
Onde: teatro Bibi Ferreira (av. Brig. Luís Antônio, 931, tel. 3105-3129)
Quanto: R$ 15 (sex. e dom.) e R$ 20 (sáb.)



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