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SHOW/CRÍTICA
Em apresentação de menos de uma hora em SP, rapper norte-americano faz show sem mensagens políticas
Snoop Dogg se mostra para a classe média
Flávio Florido/Folha Imagem
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O cantor norte-americano Snoop Dogg durante o show que fez anteontem no Credicard Hall |
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Menos "gângster", mais "entertainer". Menos "comunidade rap", mais classe média.
Esses foram Snoop Dogg e o público que lotou o Credicard Hall,
anteontem à noite, para assisti-lo.
Havia "pouca" expectativa para
o show. Os 7.000 ingressos disponíveis inicialmente esgotaram-se
rapidamente. Mais 300 foram colocados à venda no dia anterior e
evaporaram quase instantaneamente. Isso com o preço mínimo
de R$ 40.
No final, entrou quem tinha esse dinheiro (gente do surfe, das
academias de ginástica, adolescentes estridentes) -e também
quem não tinha. Durante o show,
a porta que dava acesso à imprensa foi quebrada, para a alegria de
dezenas de pessoas.
No palco, Snoop mostrou-se irreverente e brincalhão. Não se
preocupou em "passar mensagens" ou glorificar o gangsta rap
-em certo momento, homenageou Tupac Shakur, o rapper e
amigo assassinado em 1996, incitando o público a gritar seu nome.
Curto
O show é permeado pela temática "sexo", não por "violência".
São Paulo assistiu a um Snoop
Dogg animado e divertido o tempo inteiro, e não ao rapper ameaçado de morte e que já teve o nome ligado a um assassinato. O
problema é que tudo durou pouco: foi uma apresentação de menos de uma hora.
Foi um desfile dos hits do cantor, desde o seu primeiro -e melhor- álbum, "Doggystyle", de
1993. Snoop não abriu mão de
"Murder Was the Case", "Gin and
Juice" e "Who Am I (What's My
Name)?" -esta última uma verdadeira pancada.
A carreira de Snoop é irregular,
mas ele usa bem seu repertório
mais recente, como a suingada
"P.I.M.P.", que está em seu último
disco, "Paid that Cost to Be da
Bo$$", do ano passado.
O rap praticado pelo cantor é
aquele da Costa Oeste dos EUA,
com o grave lá no alto e muita batida funk.
Durante "Beautiful" -cujo clipe foi filmado nas favelas cariocas
no ano passado-, Snoop chamou ao palco uma dúzia de garotas para acompanhar seus passos
de dança.
O que Snoop faz talvez não possa ser chamado de "hip hop", já
que o termo é normalmente utilizado para descrever grupos e artistas com conotações políticas e
sociais em suas letras -e atitudes
fora do palco.
Mas é rap de qualidade, que faz
dançar e, sim, inclusivo.
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