São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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MÚSICA

Cantores respeitados, como Dona Ivone Lara e Jamelão, entre outros, chegam à cidade neste final de semana

Cariocas promovem "apoteose" do samba hoje em São Paulo

DIEGO ASSIS
DA REDAÇÃO

Nem a ameaça da chegada do friozinho, que já começa a obrigar o paulistano a sair de casa com agasalho na mão, espantou a "comissão de frente" que desembarca em São Paulo hoje. Dona Ivone Lara, Tia Surica, Tia Doca, as pastoras da Mangueira e da Império Serrano, Jamelão e Marquinhos de Oswaldo Cruz trazem na bagagem um pouco do samba carioca para esquentar o clima na cidade.
"Eu sou apaixonada por São Paulo. Morei durante três anos aí, quando meus filhos eram pequenos. Só do Carnaval é que eu não gostava. Agora é que está ficando bom", conta Jiussara Costa, 69, a Tia Doca da Portela.
Ao lado das amigas Dona Ivone Lara e Surica, a cantora da velha guarda se apresenta hoje e amanhã, no Sesc Pompéia, dentro do projeto As Donas do Samba, acompanhada pelos paulistas do Quinteto em Branco e Preto.
No evento, as damas apresentam-se separadas, com duas músicas cada uma, para se reencontrarem no final do espetáculo. "Provavelmente vamos de "Sorriso Negro" ou "Aquarela do Brasil'", diz Dona Ivone Lara.
Com quase 70 anos de samba no pé e na garganta, Dona Ivone, 81, é conhecida por sucessos como "Sonho Meu" e "Alguém me Avisou". Nascida em Botafogo, a sambista também afirma ter o coração dividido com os paulistas. "Desde 1984 que me apresento bastante aí. O público é sempre muito bom e receptivo conosco."
As Donas do Samba terá ainda a participação das pastoras Zélia, Zenith, Soninha, Erivá e Sapoti, da escola de samba da Mangueira, e Nina, Ivanil e Lindomar, da Império Serrano, além da paulistana Denise Camargo.
Com tanta mulher assim, alguma homenagem prevista para o Dia das Mães? "A nossa homenagem será justamente essa apresentação", diz Dona Ivone. "Afinal, somos mães também."
Dois outros grandes shows que também acontecem hoje em São Paulo garantem espaço à ala masculina do samba carioca. No Bar Brahma, tradicional reduto da boemia paulistana, o sambista mangueirense Jamelão comemora seus 89 anos. Já no Villagio Café, o portelense Marquinhos de Oswaldo Cruz mostra seu primeiro CD, "Uma Geografia Popular".


AS DONAS DO SAMBA. Encontro de cantoras cariocas e do Quinteto em Branco e Preto. Onde: Sesc Pompéia - teatro (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700). Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 18h. Quanto: de R$ 5 a R$ 10.

JAMELÃO - o sambista da Mangueira comemora seu aniversário. Onde: Bar Brahma (av. São João, 677, República, região central, tel. 3333-0855). Quando: hoje, às 23h. Quanto: R$ 20.

MARQUINHOS DE OSWALDO CRUZ - o compositor portelense mostra músicas de seu primeiro disco. Onde: Villaggio Café (pça. Don Orione, 298, Bela Vista, região central, tel. 251-3730). Quando: hoje, às 22h. Quanto: R$ 12.




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