São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2004

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"Caminhador", com o Grupo Teatro X, esmiuça o anti e o zé-ninguém

DA REPORTAGEM LOCAL

Um estudo sobre "Escute, Zé Ninguém", obra do psicanalista austríaco Wilhelm Reich (1897-1957) na qual, em suma, defende que cada um assuma as rédeas e potencialidades de sua vida, levou o grupo Teatro X a sua nova peça, "Caminhador".
No texto de Gerson Steves, os atores e o diretor Paulo Fabiano encontraram terreno fértil para cruzar o personagem de Reich com o anti-zé-ninguém.
O personagem Diogo (por Eduardo Chagas) perde a memória após enfrentar uma situação de violência na família. No início da história, ele surge com uma venda nos olhos, como o estado de imobilização em que se encontra. E do qual será "resgatado" ao encontrar Marília (Jussara Bracco), aquela que o guiará pelo passado que ele apagou.
"Diogo é como um ser ingênuo que tem que se relacionar com a concretude do mundo urbano", diz Fabiano, 44.
Sobre a dramaturgia de Steves, o diretor observa uma estrutura que não pende para o padrão realista. Aponta uma inspiração épica, uma sucessão de quadros que jogam com alegorias do poder e do desejo.
O espetáculo abre o projeto "Olhares Urbanos - Dramaturgia", no qual o Teatro X mira o comportamento do homem contemporâneo. Serão encenados mais quatro autores: Celso Cruz, Mário Bortolotto, Claudia Vasconcellos e Rubens Rewald. (VS)


CAMINHADOR. De: Gerson Steves. Direção: Paulo Fabiano. Direção musical: Ivan Silva. Iluminação: Décio Filho. Figurinos: Paulinho de Moraes. Com: Teatro X (Liz Mantovani, Ailton Rosa, Verônica Mello, Simone Rebeque, Lígia Botelho e outros). Onde: Estúdio Teatro X (pça. Franklin Roosevelt, 124, tel. 3255-2829). Quando: estréia amanhã, às 21h; sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h; até 19/ 12. Quanto: R$ 15.


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