FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro Cultural São Paulo (CCSP) torna-se um espaço de experimentação para duas artistas já consagradas. Leda Catunda e Elizabeth Jobim expõem, a partir de hoje, novas obras como participações especiais na 3ª Mostra do Programa de Exposições do local, que encerra sua edição deste ano com outros sete artistas.
Coincidentemente, ambas apresentam obras de grande formato tendo o papel como suporte. "Instituições como o CCSP são uma espécie de oxigênio para o artista", diz Catunda. "Aqui podemos fazer o que não se pode numa galeria comercial", afirma Jobim.
Os trabalhos em papel de Catunda são inéditos. "Realizo minhas pinturas a partir de desenhos e aqui achei que seria oportuna a possibilidade de revelar como ocorre meu processo de criação", afirma a artista, que comparece à mostra com oito trabalhos, seis deles colagens.
"Busquei também ser mais expansiva ao usar o papel, mesmo que os desenhos sejam mais intimistas. Em geral, colagens não são feitas em grandes formatos", conta. Ao revelar parte de seu processo, as obras apresentam uma precariedade que dá novo tom aos trabalhos. Em algumas, as colagens formam uma moldura para os desenhos com referências a obras mais conhecidas.
Em breve, a obra de Catunda irá ganhar um caráter permanente em SP. Ela é responsável pelo novo piso externo da Biblioteca Mário de Andrade, a ser inaugurado em 2004. Feito em pedra portuguesa, o piso homenageia o escritor (1893-1945), ao incorporar repetidas vezes seu óculos de aros redondos, ao lado de imagens de gatos, tema recorrente da artista.
Já os sete artistas do Programa de Exposições apresentam uma grande diversidade na produção. Eles são: Ana Holck, Cesar Bartholomeu, João Carlos de Souza, Karina el Azem, Tatiana Blass, Tatiana Ferraz e Wagner Morales, que recebeu o Prêmio Bolsa le Fresnoy, no festival Videobrasil.