Programa traz os 20 filmes mais impactantes realizados na região

O brasileiro "Cidade de Deus" e o argentino "O Pântano" revelam diferenças estéticas da "retomada" latina

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Hoje e amanhã, no Memorial da América Latina, o mexicano Flávio González Mello, o cubano Miguel Coyula, o brasileiro Marcelo Gomes e a costa-riquenha Paz Fábrega vão se sentar à mesa para debater um tema tão rico quanto fugidio: o cinema latino-americano.
Eles fazem parte da série "Conversa entre Diretores" proposta pelo 5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que se estende até o próximo domingo.
As conversas terão como pano de fundo não só as novas imagens produzidas pelos cineastas da região, mas também uma retrospectiva apelidada "Consolidação da Retomada".
A mostra reúne 20 dos mais impactantes filmes rodados em países como Brasil ("Cidade de Deus", "Cinema, Aspirinas e Urubus"), Argentina ("O Pântano", "Nove Rainhas", "Abraço Partido"), Uruguai ("Whisky"), México ("E Sua Mãe Também") e Chile ("Machuca"), no correr da última década.
"Nos anos 1990 surgiu um modelo, em toda a região, que passa pela conquista do público e também pelas coproduções internacionais", diz Francisco César Filho, curador do Festival.
"Por mais que esses filmes sejam diferentes entre si, são distintos do cinema europeu ou asiático", diz Filho. "O que eu percebo também é que as temáticas sempre passam pelas questões sociais e que os diretores se afastam do cinema espetáculo."