free-lance para a Folha

Talvez não haja nome mais apropriado para falar num ciclo chamado "Intervenções em Megacidades" do que Rem Koolhaas. O arquiteto e urbanista holandês, tem como preceito básico a escala da cidade -em especial, das metrópoles- e está hoje no evento promovido pelo Sesc Belenzinho.
O ciclo faz parte das atividades preparatórias para o Brasmitte, mostra que acontece, a partir de outubro, no Brás (região leste de São Paulo) e na área de Mitte (região central de Berlim), sob curadoria de Nelson Brissac Peixoto.
Koolhaas fundou o O.M.A. (Office for Metropolitan Architecture, "estúdio para arquitetura de metrópole"). O nome já antecipa os conceitos básicos do trabalho.
Conceitos como o de "cidade genérica" -sem características particulares, incoerente e congestionada- e o de "bigness", que vê as desproporções das metrópoles como um tipo de beleza. Estas idéias (e outras) estão compiladas no livro "S, M, L, XL", bíblia do pensamento de Koolhaas.
Porque se referenciam na grandeza ("bigness") da cidade ao seu redor, os projetos que saem das pranchetas do O.M.A. são, muitas vezes, complexos multifuncionais, como Euralille, na cidade francesa de Lille, um pavilhão multiuso composto por centro empresarial e estação para TGVs (trens de grande velocidade).
A idéia de uma cidade sem particularidades aproxima Koolhaas do urbanismo dos anos 50, do "estilo internacional" -base de projetos como o de Brasília- pelo qual as funções da cidade podem ser setorizadas segundo uma "cartilha" de atividades básicas, não interessando se a cidade está na França, na Índia ou no Brasil. (o que também pode fazer valer a Koolhaas o título de arquiteto da globalização). (FA)
O quê: Palestra de Rem Koolhaas Onde: Sesc Belenzinho (r. Álvaro Ramos, 991, tel. 6096-8143) Quando: hoje, às 16h Quanto: entrada franca

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