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SHOW
A Glenn Miller Orchestra se apresenta às 11h, na praça da Paz, e revive a música que embalou os anos 30 e 40
Ibirapuera vira salão de dança hoje
CARLOS CALADO
especial para a Folha
A nostalgia promete tomar conta
do parque Ibirapuera, na manhã
de hoje. Em única apresentação, na
praça da Paz, a Glenn Miller Orchestra vai reviver a música que
embalou salões de dança em todo
o mundo durante as décadas de 30
e 40. Um ritmo que ficou conhecido como swing.
"In the Mood", "Chattanooga
Choo-Choo", "Pennsylvania 6-5000" e, obviamente, o megahit romântico "Moonlight Serenade"
são alguns dos sucessos que a lendária "big band" norte-americana
jamais ousou tirar de seu repertório. Ainda mais após sua rearticulação, em 1956 (12 anos após a
morte de seu criador).
A formação atual da orquestra
segue o modelo original. Mesmo
que a maioria de seus integrantes
esteja hoje na casa dos 30 anos, os
instrumentos são os mesmos de
antes: cinco saxofones, quatro
trompetes, quatro trombones, piano, baixo e bateria.
E, para que a magia se complete,
não podem faltar também os arranjos originais da orquestra, baseados no famoso "Glenn Miller
sound": uma característica sonoridade produzida por um clarinete
que dobra a melodia uma oitava
acima do naipe de saxofones.
"Assim como na música de Bach,
Beethoven ou Mozart, o conteúdo
melódico e as orquestrações dos
arranjos são capazes de vencer o
teste do tempo. São eles que dão à
Orchestra seu som maravilhoso",
diz Dick Lowenthal, o atual maestro da "big band", que desde sua
rearticulação já teve oito regentes.
Apesar de reconhecer um ambiente bem mais favorável ao
swing, hoje, nos EUA, Lowenthal
discorda do termo "revival", que
vem sendo usado pela mídia.
"Muitas pessoas falam hoje em
um "revival', mas o swing realmente nunca desapareceu. A Glenn Miller Orchestra tem estado na estrada com regularidade desde 1956",
argumenta o maestro.
Na opinião de Lowenthal, bandas norte-americanas atuais que
fazem releituras do swing, como
Cherry Poppin' Daddies e Squirrel
Nut Zippers, até ajudam a conquistar mais fãs para o gênero entre o público mais jovem, mas não
passam de um modismo.
"Linda Ronstadt e Harry Connick Jr. também ajudaram a introduzir o swing a um novo público,
mas o importante é perceber que a
maioria dessas bandas de hoje faz
parte de uma onda passageira, enquanto que orquestras como a
Glenn Miller são eternas", compara Lowenthal.
O maestro mostra-se bem otimista quanto ao futuro do swing.
"A maioria das faculdades nos
EUA tem orquestras que podem
fornecer músicos para "big bands'
como a nossa. Por isso, acredito
que o swing vai continuar oferecendo dança e prazer sonoro às
platéias de todo o mundo."
Show: Glenn Miller Orchestra
Onde: praça da Paz do parque Ibirapuera(av. Pedro Álvares Cabral, s/nš,
Ibirapuera, s/tel.)
Quando: hoje, às 11h
Quanto: grátis
Patrocinador: Walita
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