São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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SHOW
A Glenn Miller Orchestra se apresenta às 11h, na praça da Paz, e revive a música que embalou os anos 30 e 40
Ibirapuera vira salão de dança hoje

CARLOS CALADO
especial para a Folha

A nostalgia promete tomar conta do parque Ibirapuera, na manhã de hoje. Em única apresentação, na praça da Paz, a Glenn Miller Orchestra vai reviver a música que embalou salões de dança em todo o mundo durante as décadas de 30 e 40. Um ritmo que ficou conhecido como swing.
"In the Mood", "Chattanooga Choo-Choo", "Pennsylvania 6-5000" e, obviamente, o megahit romântico "Moonlight Serenade" são alguns dos sucessos que a lendária "big band" norte-americana jamais ousou tirar de seu repertório. Ainda mais após sua rearticulação, em 1956 (12 anos após a morte de seu criador).
A formação atual da orquestra segue o modelo original. Mesmo que a maioria de seus integrantes esteja hoje na casa dos 30 anos, os instrumentos são os mesmos de antes: cinco saxofones, quatro trompetes, quatro trombones, piano, baixo e bateria.
E, para que a magia se complete, não podem faltar também os arranjos originais da orquestra, baseados no famoso "Glenn Miller sound": uma característica sonoridade produzida por um clarinete que dobra a melodia uma oitava acima do naipe de saxofones.
"Assim como na música de Bach, Beethoven ou Mozart, o conteúdo melódico e as orquestrações dos arranjos são capazes de vencer o teste do tempo. São eles que dão à Orchestra seu som maravilhoso", diz Dick Lowenthal, o atual maestro da "big band", que desde sua rearticulação já teve oito regentes.
Apesar de reconhecer um ambiente bem mais favorável ao swing, hoje, nos EUA, Lowenthal discorda do termo "revival", que vem sendo usado pela mídia.
"Muitas pessoas falam hoje em um "revival', mas o swing realmente nunca desapareceu. A Glenn Miller Orchestra tem estado na estrada com regularidade desde 1956", argumenta o maestro.
Na opinião de Lowenthal, bandas norte-americanas atuais que fazem releituras do swing, como Cherry Poppin' Daddies e Squirrel Nut Zippers, até ajudam a conquistar mais fãs para o gênero entre o público mais jovem, mas não passam de um modismo.
"Linda Ronstadt e Harry Connick Jr. também ajudaram a introduzir o swing a um novo público, mas o importante é perceber que a maioria dessas bandas de hoje faz parte de uma onda passageira, enquanto que orquestras como a Glenn Miller são eternas", compara Lowenthal.
O maestro mostra-se bem otimista quanto ao futuro do swing. "A maioria das faculdades nos EUA tem orquestras que podem fornecer músicos para "big bands' como a nossa. Por isso, acredito que o swing vai continuar oferecendo dança e prazer sonoro às platéias de todo o mundo."

Show: Glenn Miller Orchestra
Onde: praça da Paz do parque Ibirapuera(av. Pedro Álvares Cabral, s/nš, Ibirapuera, s/tel.)
Quando: hoje, às 11h
Quanto: grátis
Patrocinador: Walita



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