São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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MIX BRASIL 98
Último dia reflete bem a proposta desta edição
Festival termina com "ninguém normal"

Reprodução
Cena do filme 'A Hora da Caiçara', que será exibido hoje no MIS


ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

Um dos maiores méritos do Mix Brasil é possibilitar a expressão das mais diferentes vertentes sexuais. Os programas "Mondo Trasho" e "De Perto Ninguém é Normal", que encerram hoje o festival, servem bem para que tomemos contato com essas produções.
Em "Mondo Trasho" (o nome é perfeito), "A Hora da Caiçara", de Luiz Felipe Steffen, é o mais ingênuo deles. Em caráter 100% amador, mostra a saga de um jovem aspirante a modelo e manequim, às voltas com a aceitação de sua sexualidade.
Em "Mulher Maravilha", a famosa personagem vive incríveis aventuras como um "leather daddy", com muito couro, num programa que se completa com "Edifício Oxumaré", em que o diretor Roberto Jabor mostra, num clima tenso e pesado, a vida de um travesti.
"De perto ninguém é normal", decretou Caetano Veloso na frase que batiza o outro programa. É o que poderá imaginar o público ao ver os amigos da anárquica videomaker Ida Feldman, que coloca alguns nomes da cena underground de São Paulo para revelar seus momentos mais íntimos no banheiro. O estilista Heitor Werneck e a clubber Ana trocam carícias com piercings, por exemplo, enquanto a própria Ida coloca um OB. No final, tudo acaba em festa, ao som da DJ Andréa Gram, no banheiro.
"Ame o Garoto que Segura a Faca", de Santiago Nazarian, traz, com objetividade e sarcasmo, um ritual de mutilação.
O delicioso "The Rap", do diretor publicitário Billy Castilho, faz um puro retrato da cena clubber em São Paulo -sem se passar num clube. Léia Bastos, drag queen supertrash por excelência, protagoniza diálogos absurdos com Johnny Luxo, enquanto se arrumam para sair.
Encerrando o evento, a partir de 22h, Kaká di Polly (psicólogo por formação e profissão) homenageia Divine em uma performance.

Festival: Mix Brasil 98
Quando: hoje, às 17h, Mondo Trasho, e, às 19h, De Perto Ninguém É Normal
Onde: Museu da Imagem e do Som (av. Europa, 158, tel. 280-0896)
Quanto: grátis
Patrocinadores: Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo, Prefeituras do Rio e de São Paulo, Governo do Estado do Paraná e Delta Airlines




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