LUCIANA PAREJA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Planet Hemp, que completa dez anos de carreira em 2001, volta aos palcos da cidade para gravar seu primeiro CD ao vivo (ainda sem previsão de lançamento), numa parceria da Sony com a MTV, dentro do projeto MTV ao Vivo. Para isso, a banda enxuga sua formação e traz apenas os integrantes presentes desde 1991 (à exceção do baterista, Pedrinho, que substitui Bacalhau): Marcelo D2, líder da banda, nos vocais com B Negão, Formigão no baixo e Rafael Crespo na guitarra. Eles sobem ao palco do DirecTV Music Hall hoje, às 21h30.
O repertório resgata músicas de seus três CDs, "Usuário" (1995), "Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára" (1997) e "A Invasão do Sagaz Homem-Fumaça" (2000), e promete pelo menos uma composição inédita.
O grupo pretende voltar às origens de seu trabalho, quando procurava "cantar rap sobre uma base de rock", como define Marcelo D2. "É interessante, porque agora estamos completando dez anos de grupo e, no primeiro disco, não tínhamos muita experiência. Agora conseguimos amadurecer nossa proposta inicial", explica.
No decorrer da carreira do grupo, a cada novo disco, a formação original ia agregando outros percussionistas, cantores e DJs, o que tornou a composição da banda bastante elástica. Entre os "novos" integrantes, estão Zé Gonzales, DJ que produziu e sampleou várias faixas da banda, e Gustavo Black Alien, vocalista. Como a intenção do CD ao vivo é "fazer um som guitarra-baixo-bateria", apenas os "integrantes-base" foram convocados para o show de hoje.
"Eu e o pessoal já vínhamos conversando sobre produzir um disco mais ligado à proposta inicial do Planet -cantar rap sobre uma base de rock. Quando decidimos, depois de um tempão falando em fazer um som mais puxado para o rock, a Sony e a MTV nos propuseram gravar esse ao vivo, com toda uma estrutura por trás, o que foi perfeito para nós."
D2 diz que a razão de terem sido escalados para o novo trabalho apenas os integrantes que estão no grupo desde 91 não está ligada a nenhum problema com os demais. "Decidimos numa boa que o disco ia ser voltado para a idéia do grupo inicial. Acho que sempre rola uma mágoa da parte de quem fica de fora, mas não teve briga nenhuma. O Zé (Gonzales) está no meu projeto solo e ele tem um projeto com o Black Alien. Ou seja, continuamos amigos, está tudo OK", afirma o cantor.