São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2000


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CINEMA
Evento reúne 401 produções de 47 países, espalhadas por 11 salas da cidade; Nick Park é o homenageado deste ano
Festival de curtas abre com número recorde

Divulgação
O ator João Acaiabe em cena do curta "Gênesis 22", de Jeferson De, autor do Dogma Feijoada


SÉRGIO RIZZO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Maior, melhor e sem cortes: o 11º Festival Internacional de Curtas de São Paulo, que será aberto hoje em sessão para convidados no Cinesesc e amanhã para o público, bate alguns de seus recordes. As 11 salas do circuito exibirão 401 filmes de 47 países, números jamais alcançados desde 1990, quando nasceu no Museu da Imagem e do Som.
As discussões em torno das perspectivas para o cinema com a revolução digital terão a participação de mais de cem convidados (entre os quais 35 estrangeiros) que vêm a São Paulo para o evento, o mais importante do gênero na América Latina.
O desempenho de programas digitais para tratamento de imagens em movimento será demonstrado em um workshop durante o evento.
Pela primeira vez na história do festival, os organizadores optaram por não fazer uma seleção dos curtas brasileiros realizados na última temporada. Todos os 113 inscritos serão exibidos, número recorde que aponta para o surgimento de um novo boom do formato no país. Mais de 60 diretores são estreantes e concorrem ao Prêmio Revelação, patrocinado pela TV Cultura.
O cineasta Francisco Cesar Filho, programador associado do festival, chama a atenção para a queda na idade média dos realizadores estreantes, hoje na faixa dos 20 a 22 anos (contra a média de 26 a 28 em 1990), tanto no Brasil quanto em outros países. "Adolescentes de 15 anos estão realizando curtas", diz.
A produtora Zita Carvalhosa, diretora do festival, associa o fenômeno ao uso das novas tecnologias. "Elas possibilitam que muita gente comece, mas um dos temas para debate é se não devemos exigir que essas pessoas saibam o que estão fazendo", observa Zita.
De qualquer forma, é a facilidade de acesso à técnica de filmar que transforma o formato em campo privilegiado para a experimentação, quase um oásis de criatividade e irreverência em meio à oferta cada vez mais padronizada do circuito comercial de longas. Nem tudo reluz, muito menos é ouro, mas a média revigora o espírito de qualquer espectador.

Programas
Os principais eixos da programação continuam sendo o Panorama Brasil, desta vez sem cortes, a Mostra Internacional e a Mostra Latino-Americana, que trazem o que de mais significativo se produziu no último ano. Entre os programas paralelos, há espaço para cineastas consagrados e também para quem ainda busca um lugar ao sol.
No primeiro caso, estão o francês Jean-Luc Godard (seu "Da Origem do Século 21", produzido em suporte digital, abre hoje o evento), o brasileiro Glauber Rocha (destaque da mostra Curtas Viajantes com o documentário "Amazonas, Amazonas", de 1966) e o inglês Nick Park (mestre da animação em massinhas que terá uma retrospectiva com quatro de seus melhores filmes, incluindo a trilogia da série cult "Wallace & Gromit").


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