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Dogma Feijoada lança polêmica
ESPECIAL PARA A FOLHA
O nome é ótimo e a idéia, polêmica. O Dogma Feijoada promete
ser uma das atrações do 11º Festival Internacional de Curtas de São
Paulo, ao propor o debate sobre a
imagem do negro no cinema brasileiro. O tema não é novo na programação do evento.
Em 1997, a seção Foco foi dedicada a cineastas negros de vários
países. No ano passado, foi realizado o 1º Encontro de Realizadores e Técnicos Negros. Agora, o
gancho é o manifesto "Gênese do
Cinema Negro Brasileiro", escrito
pelo cineasta Jeferson De, estudante de cinema na USP.
Seu apelido é uma brincadeira
com o Dogma 1995, cujo principal
representante é o dinamarquês
Lars von Trier (vencedor da Palma de Ouro em Cannes-2000 com
"Dancer in the Dark").
A versão Feijoada tem sete pontos orientando a produção de filmes por e sobre negros:
"1. O filme tem de ser dirigido
por realizador negro brasileiro;
2. O protagonista deve ser negro;
3. A temática do filme tem de estar relacionada com a cultura negra brasileira;
4. O filme tem de ter um cronograma exequível. Filmes-urgentes;
6. Personagens estereotipados
negros (ou não) estão proibidos;
7. O roteiro deverá privilegiar o
negro comum brasileiro. Super-heróis ou bandidos deverão ser
evitados.".
O manifesto será debatido na
próxima quarta (23), às 21h, no
Espaço Unibanco. Seis curtas integram o programa "Dogma Feijoada - Mostra da Diversidade
Negra", entre os quais "Gênesis
22", ficção do próprio Jeferson
De. É a oportunidade de conferir a
aplicação de suas propostas.
Serão exibidos ainda os documentários "Abá", de Raquel Gerber e Cristina Amaral, "O Catedrático do Samba", de Noel Carvalho e Alessandro Gamo, e "Dia
de Alforria", de Zózimo Bulbul,
além dos curtas de ficção "Almoço Executivo", de Marina Person
e Jorge do Espírito Santo, e "Ordinária", de Billy Castilho.
(SR)
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