São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2005

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CARNAVAL

Banda Bandalha, criada pelo dramaturgo em 1972, é tema de shows, vídeos e exposição até o início de fevereiro

CCBB compila a folia de Plínio Marcos

Arquivo/Folha Imagem
À frente, Plínio Marcos desfilando na Banda Bandalha, que deu origem à Banda Redonda


DA REDAÇÃO

A resposta do dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999) à provocação dos amigos cariocas, que se deliciavam com o fato de São Paulo não ter uma banda de Carnaval, mudou de nome, virou tradição e continua viva como uma manifestação popular.
Criada em 1972, a Banda Bandalha foi rebatizada dois anos depois como Banda Redonda, e neste ano sua folia não se limitará às ruas da cidade. Às terças-feiras, de hoje a 1º de fevereiro, o Centro Cultural Banco do Brasil terá shows, exposição e exibição de vídeos sobre a banda.
O formato, com mestre-sala e porta-estandarte, será mantido nas apresentações do CCBB. O relato de histórias sobre a banda ficará por conta de seu presidente, o ator Carlos Costa, e do radialista Moisés da Rocha, apresentador do extinto "O Samba Pede Passagem". Além do Conjunto do Menezes, se revezarão no palco convidados como os músicos Almir Guineto e Germano Mathias e o ator Renato Consorte.

Origem
Cansado de ser alvo de chacota e ouvir comentários ("bloco de paulista é bloco de concreto armado" e "cordão em São Paulo é cordão de isolamento"), Plínio Marcos, que gravava no Rio a novela "Bandeira 2", voltou decidido a criar uma banda de Carnaval.
"Foi um acontecimento. Intelectuais do teatro e jornalistas achavam que estava havendo uma grande confusão nas escolas de samba. O povo não participava mais porque começaram a vender as fantasias a valores muito altos. Quisemos retomar o Carnaval dos anos 40, as marchinhas", conta Costa, companheiro do dramaturgo no teatro de Arena.
O primeiro cortejo teve como porta-estandarte e mestre-sala os atores Etty Frazer e Tony Ramos. Até hoje o trajeto continua o mesmo: a banda se concentra diante do teatro de Arena, passa pelo Teatro Municipal, sobe a rua da Consolação e volta ao teatro.
"O povo participava. Você via o cara de gravata e pastinha 007 debaixo do braço sambando no meio do pessoal. Eles desciam dos escritórios", relembra.
Em 1974, após uma briga com a prefeitura, o dramaturgo não quis mais sair com a banda. Ela foi assumida por Costa e, em um encontro no bar Redondo, em frente ao teatro de Arena, foi rebatizada, em alusão a uma gíria da época, que chamava de testa redonda os lúcidos e inteligentes.

BANDA REDONDA. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. 3113-3651). Quando: terças, às 13h e às 19h30; de hoje a 1º/2. Quanto: R$ 6.

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