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LITERATURA
Evento terá leitura de textos de "Posterbook Walt B. Blackberry", que traz 12 impressões de 20 anos de trabalho
Walter Silveira lança coletânea de poemas visuais
DA REPORTAGEM LOCAL
O artista gráfico Walter Silveira
faz balanço de carreira ao lançar
hoje o livro "Posterbook Walt B.
Blackberry". O volume, um grande álbum, traz 12 impressões de
20 anos de trabalho com poesia
visual, de 1979 a 1999.
"O livro surgiu a partir de um
convite da Companhia Suzano,
que lançou o primeiro papel reciclado industrializado do Brasil.
Convidaram oito artistas, e eu resolvi fazer essa coletânea de 20
anos de trabalho", conta Walter
Silveira, que, além de artista, é radialista e diretor de programação
da TV Cultura.
Para não ficar "só no livro", como diz, reuniu um grupo de amigos e companheiros de criação,
que vão fazer leituras dos poemas
hoje, no restaurante Panino Giusto. Paralelamente, Silveira expõe
os poemas do livro nas paredes do
restaurante.
"Os poemas trabalham com a
legibilidade. Há alguns que se escondem atrás de imagens, com
várias leituras diferentes. Com as
leituras em voz alta, queremos fazer a mesma coisa. Permitir várias
interpretações de um mesmo
poema", explica.
Para o "happening de vocalização", Silveira convidou o poeta
Arnaldo Antunes, a artista plástica Lenora de Barros, o cineasta
Arthur Omar e o músico Cid
Campos, entre outros.
Grafitagem
O trabalho do artista com a poesia visual teve seu início no final
da década de 70, quando participou, ao lado de Tadeu Jungle e
Alex Valauri, de um dos primeiros movimentos de grafitagem de
São Paulo.
"Minha pesquisa já estava totalmente ligada ao texto, enquanto a
do Valauri ia mais pelas artes
plásticas", lembra Walter Silveira,
que diz ter feito na vida apenas
duas obras sem texto. É dessa
época, 1978, o grafite "Mandrix,
Mandrak, Mandrix".
Ao lado de Jungle, trabalhou
também com um dos grupos da
segunda geração do vídeo no Brasil, a TVTUDO.
Como artista, tem em seu currículo participações na Bienal de
São Paulo e no projeto Arte Cidade. Também realiza, desde 1996, o
espetáculo "Poesia É Risco"
-com Cid e Augusto de Campos-, no qual mistura música,
vídeo e poesia.
Segundo Silveira, o livro amplia
as possibilidades do grafite. "O livro tem uma dimensão gráfica
que não há no grafite. São recursos de impressão, por exemplo,
que na rua não são possíveis. No
papel a coisa é menos perene",
afirma o artista, que se diz influenciado pela poesia concretista, pelo poeta Edgard Braga e pelos dadaístas.
"O sentido que eu queria nos
anos 70 continua, que é a possibilidade de reprodução das imagens", conclui Silveira.
POSTERBOOK WALT B. BLACKBERRY
-°Lançamento com leitura e exposição
dos poemas. De: Walter Silveira. Editora:
edição do artista. Quanto: R$ 80. Onde:
restaurante Panino Giusto (r. Augusta,
2.963, tel. 3064-9992). Quando: hoje, a
partir das 19h30. Quanto: entrada franca.
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