São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2000

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ARTES PLÁSTICAS
O artista lança hoje, no museu Lasar Segall, "cahier d'artiste", um álbum com litografias deste ano
Gerchman descansa da pintura e visita outras linguagens

DA REPORTAGEM LOCAL

Rubens Gerchman lança hoje, no museu Lasar Segall, o seu "cahier d'artiste" (ou caderno de artista). Trata-se de um álbum com 32 litografias produzidas pelo artista neste ano, com exceção de uma, de 1962. "É uma espécie de diário, com desenhos, pensamentos e anotações originais."
Dos 155 exemplares, 25 têm edição especial -encadernados com seda, guardados em caixas e com algumas impressões coloridas à mão. Os 130 restantes são mais simples: não vêm em caixa nem têm todas as provas assinadas.
Além do lançamento, Gerchman vai expor as chapas de alumínio usadas na produção das litografias. São imagens de rostos, pessoas, textos.
O autor de "Lindonéia", obra de 1966 que virou música de Caetano Veloso, e de uma série de "beijos", coloridas telas de casais se beijando, afirmou não estar mais pintando como antes.
"O "cahier" é um descanso da pintura. Tenho pintado, mas menos do que no passado. Estou entremeado em outras linguagens."
Uma delas é a litografia, que, segundo o artista, é uma técnica que usa desde os anos 60.
Artista cuja imagem esteve ligada à contestação dos anos 60 e 70, Gerchman disse que carrega hoje um certo desencanto com a política e com os políticos. "A arte engajada tinha sentido naquela época. A cena política atual é desinteressante." Isso não o impede de se definir como "angustiado e feliz".
Segundo Maria Fernanda Monteiro de Barros, responsável pela produção do caderno e mulher do artista, esse é o primeiro álbum de uma série. "O próximo será do Frans Kracjeberg."
(FERNANDA CIRENZA)


Lançamento: "cahier d'artiste" de Rubens Gerchman (Lithos Edições de Arte) Quando: hoje, a partir das 14h30 Onde: museu Lasar Segall (r. Berta, 111, Vila Mariana, São Paulo) Quanto: R$ 3.000 (edição especial) e R$ 1.800 (edição simples)

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