Músico se apresenta hoje no Sesc Vila Mariana

RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL

Moraes Moreira passou nos Novos Baianos seis dos 60 anos que completou no último dia 8. Viveu a gestação do grupo, em 1968, e foi o primeiro a debandar, dois anos após sair o álbum que figuraria em dez entre dez listas dos melhores já feitos no país, "Acabou Chorare" (1972).
Na comemoração de suas seis décadas de vida, porém, reserva aos tempos baiano-alternativos espaço considerável do show "História dos Novos Baianos e Outros Versos", de hoje a sábado, no Sesc Vila Mariana, e do livro homônimo, previsto para sair pela Língua Geral em setembro. A idéia era lançar tudo junto, mas "atrasou um pouco", diz Moraes, "porque a Cultura entrou em greve".
A história já foi contada por Galvão, poeta da banda, em "Anos 70: Novos e Baianos" (1997), motivo pelo qual optou por recontar em formato de cordel. "Quis contar de novo porque está meio perdido. Fomos importantes, mas não tivemos registro como outros de menor importância. Não sei o que houve, se acharam que éramos malucos. O que os Mutantes têm que a gente não tinha? Fizemos um trabalho até revolucionário nos anos 70, unimos samba, chorinho, rock", diz.
No show, com participação do filho Davi Moraes, intercalará músicas-referência como "Ferro na Boneca", "Preta, Pretinha" e "A Menina Dança" (todas de Moraes e Galvão), com trechos da "história dos Novos Baianos em 964 versos, 164 estrofes, todas em redondilhas e com sete sílabas contadas, obedecendo aos rigores do cordel".
Em seguida, desfia hits da carreira solo, como "Festa do Interior" (Moraes/Abel Silva) e aquela que o fez deixar de ser "ex-Novo Baiano" para virar Moraes Moreira: "Pombo Correio" (Moraes/Dodô/Osmar).

MORAES MOREIRA